ELEIÇÕES MUNICIPAIS/2016 (I)

Dr Raul Dolzan

Passadas as eleições/2016, entre tantos fatos atípicos, alguns me chamaram atenção. O primeiro foi a confirmação da pré-anunciada votação que reputo merecida ao nosso prefeito, comprovando a inevitável derrota da oposição, ante a fraqueza de opositores que enfrentaram o pleito desunidos e alimentados pelos seus próprios objetivos.   

O segundo, foi a grande quantidade de candidatos ao cargo de vereador, estando uma boa parte com manifesto despreparo, na busca de votos com proposições impossíveis, limitando a função, sem falar na complexidade de assuntos, que culminou com a votação insignificante de muitos.

A política local nos mostra que muitos veem nela a possibilidade de emprego, de ascensão econômica e do prestígio social, distanciando-se dos propósitos da vida pública.

Em verdade, esperava-se uma renovação maior na Câmara, mas quem os reelegeu foram alguns poucos trabalhadores, índios e até servidores públicos em cargos de confiança, muitos dos quais se serviram e buscam se servir dos “serviços sociais” dos vereadores, que por certo estes, passarão “mendigando” mais quatro anos.

Não que eu seja contra esmolas – já vivi delas e não sei o dia de amanhã – mas os eleitores deviam ser mais esclarecidos das atribuições do cargo legislativo, identificando mentiras e promessas irreais dos candidatos.

O que se tem visto na Barra é “uma festa com chapéu dos outros”, digo dinheiro não contabilizado, maquiado por favorecimentos de consultas medicas, atendimentos odontológicos, medicamentos, internamentos, cirurgias, transportes, vales, gás, bolsas, passagens, entre outros, eternizando uma função publica temporária em profissão duradoura. Cabe ao vereador vigiar e cuidar dos bens e dos negócios públicos e da administração, sem nenhum poder de execução administrativa. Assim, está impedido de prometer, já que não tem poderes para cumprir e/ou realizar obras, resolver problemas da saúde, da educação, do esporte, da cultura, do lazer, do asfalto, do meio ambiente, do trânsito, dos loteamentos e casas populares, etc.

Tanto o Prefeito como os vereadores só podem fazer aquilo que a lei determina, manda ou autoriza.  Outro fato de igual relevância foi o processo de eleição dos vereadores que para muitos restou incompreendido, por serem proporcionais, não são eleitos, necessariamente, os candidatos que conseguem obter a maioria dos votos.

O TSE elabora cálculos específicos, considerando os quocientes eleitoral e partidário, conforme determina o Código Eleitoral. Toma-se o número de votos válidos pelo total de vagas a preencher. Verifica-se quociente eleitoral (nº votos por vagas), calcula-se o quociente partidário, o qual determinará a quantidade de candidatos que cada partido ou coligação terá na Câmara. Para este cálculo, divide-se o número de votos que cada partido/coligação obteve pelo quociente eleitoral. 

Os cargos são  preenchidos pelos candidatos mais votados de partido ou da coligação, até o número apontado pelo quociente partidário. Por isso, muitas vezes, estranha-se por que algum candidato com certa notoriedade ou visibilidade mais destacada (muito bem votado) não tenha conseguido se eleger, em detrimento de outro, menos conhecido e menos votado.
A resposta poderia estar no fato de que o primeiro (embora mais votado) seria de um partido e coligação que não alcançou o quociente eleitoral, diferentemente do segundo que, por conta de sua coligação, foi eleito.

Chega-se ao fim, reconhecendo que as generalizações sobre capacidade, despreparo seja de eleitores ou de políticos de ocasião, interesses e meios utilizados são opiniões pessoais do articulista e algumas podem ser equivocadas, sendo correto ponderar que existiram muitos, mas muitos eleitores  esclarecidos e como os candidatos(as) sérios(as) e comprometidos(as), que se pautaram pela ética e engrandecendo o processo eleitoral.

Temos, menos de 4 anos para promovermos o desenvolvimento de uma consciência política cada vez mais apurada e aguçada, pronta para confirmar o apoio aos que realmente desejam uma Barra do Garças melhor para todos.
Para isso, o voto consciente é necessário. Sorte e saúde a todos os eleitos e que Deus nos ajude.

Dr Raul Dolzan – DEM – 25.000 – votação 401 votos “conscientes” ao custo de R$ 2.050,00 em material de campanha.

Seja o primeiro a comentar sobre "ELEIÇÕES MUNICIPAIS/2016 (I)"

Deixe um comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado.


*