Jesus por João

O Evangelho de João destoa dos demais ditos sinóticos (mesmo olhar, em grego), além de independente, esse Evangelho é original. Ele apresenta Jesus com uma linguagem diferente, com uma intimidade de quem o conheceu muito, talvez justificando ser “o discípulo que Jesus amava”.

Logo no início lemos (Jo 1, 1-4, 14-18): No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio junto de Deus. Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito. Nele havia a vida, e a vida era a luz dos homens. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade. João (Batista) dá testemunho dele, e exclama: Eis aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim é maior do que eu, porque existia antes de mim. Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça. Pois a lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. Ninguém jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou.

João não deixa dúvida sobre a existência anterior de Jesus ao seu nascimento, não somente estava junto de Deus, mas era Deus. E para que fique claro, ele completa que o Verbo encarnou e viveu junto deles. Em seguida, João mostra o motivo que deixava os judeus quererem matar Jesus (Jo 5, 18-21): Por esta razão os judeus, com maior ardor, procuravam tirar-lhe a vida, porque não somente violava o repouso do sábado, mas afirmava ainda que Deus era seu Pai e se fazia igual a Deus. Jesus tomou a palavra e disse-lhes: Em verdade, em verdade vos digo: o Filho de si mesmo não pode fazer coisa alguma; ele só faz o que vê fazer o Pai; e tudo o que o Pai faz, o faz também semelhantemente o Filho. Pois o Pai ama o Filho e mostra-lhe tudo o que faz; e maiores obras do que esta lhe mostrará, para que fiqueis admirados. Com efeito, como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá vida, assim também o Filho dá vida a quem ele quer.

E João ainda nos mostra a importância de quem conhece Jesus realmente deve conhecê-lo muito bem porque não aceitá-lo como Salvador é certeza de ser condenado (Jo 5, 22-24): Assim também o Pai não julga ninguém, mas entregou todo o julgamento ao Filho. Desse modo, todos honrarão o Filho, bem como honram o Pai. Aquele que não honra o Filho, não honra o Pai, que o enviou. Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida.

Tenho a convicção, por tudo isso, que religião não deveria ser segunda atividade de ninguém, nem mesmo de médicos, advogados etc., mas deve ser primeira atividade, o sacerdócio, no seu sentido mais íntimo da palavra, a dedicação a Deus.

E para as diferentes denominações ainda vemos a mensagem (Jo 17,20- 22): não rogo somente por eles, mas também por aqueles que por sua palavra hão de crer em mim. Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste. Dei-lhes a glória que me deste, para que sejam um, como nós somos um.

Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.

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