Mão à palmatória

Como o dito por um amigo jornalista, dos velhos tempos, lá de Goiânia, o tempo passa, o tempo voa, como se repetindo o refrão do Banco Bamerindus, também de velha guarda. Outro já coloca que no seu tempo, amarrava-se cachorro com linguiça, outro velho refrão que dava a entender que nos velhos tempos havia muita fartura, muita alegria junto às famílias, que por suas vezes eram tidas como honestas e trabalhadoras.

Havia também, claro. Os atropelos diversos, as dificuldades em todos os âmbitos, muito embora de menor escala. Tinha também algo que orgulhava a grande maioria dos brasileiros, que era a honestidade. O fio do bigode tinha seu valor. Como o dito, muitos ainda tiveram conhecimento dos fatos, daqueles tempos; outros ouviram dos seus pais, belas e ricas histórias a respeito.

“O fulano deu um fio do seu bigode para garantir a dívida contraída”, se dizia muitos, orgulhosos do feito. Ainda hoje se circula fatos dessa natureza, contada por filhos ou netos. Outra prova de honestidade era a compra feita nas grandes “vendas” e que somente eram pagas quando da colheita, ou seja, seis meses depois.

O fato interessante é que pagavam o mesmo preço apurado, durante a compra. Não havia juros e nem desonestidade de ambas as partes, ou seja, valia o anotado no “caderno”. Na verdade isto somente acabou por causa do surgimento das financeiras e dos governos que começavam a querer tirar proveito das famílias, através dos “coronéis” que passaram a comandar as regiões.

Estas citações acima eram o tempero daqueles tempos, mas o que na verdade mudou muito a vida e as feições dos brasileiros foram às retiradas de benefícios em prol da anarquização inerente, ou melhor, as mudanças passaram a criar novos conceitos na vida dos que se diziam honestos e que foram forjados nas fornalhas da verdadeira educação.

Naqueles tempos, como muitos sabem e leem a educação era farta e os professores eram tidos, verdadeiramente, como “mestres”.

As famílias os tinham como pais substitutos e com mais poder quando em salas de aulas. Havia a chamada palmatória para educar e fazer com que as crianças crescessem honestas e sabedoras dos seus deveres. Foi daí que surgiram muitos, Rui Barbosa, José de Alencar e outros letrados e honestos.

Infelizmente, acabou as palmatórias, surgindo, daí em diante a perda do poder dos fios de bigode e formando, como assistimos hoje, os que ganham para punir pais que ainda tentam dar educação e honestidade a seus filhos, e professores, que também ganham (muito mal) para fingir que educam, surgindo daí este cancro do momento, que é a corrupção desenfreada.

Os tempos mudaram, para pior, aqui no Brasil, pois a ganância e a desonestidade passaram a fazer parte do ser humano aqui encrustados, por que em muitos países ainda se assiste e tem este conceito de que a Justiça ainda existe e o índice de desonestidade ainda prevalece em baixa escala, ao contrário do Brasil e dos brasileiros que querem tirar proveito em tudo. Isto em todos os poderes e na maioria dos povos, com raríssimas exceções.

Para um bom entendedor, um pingo é letra, ou voltamos ao tempo das palmatórias, ou colocamos bons e honestos militares para governar este país. Que não tem “maduros”, mas tem muitas frutas podres…

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