Vencer o sofrimento do corpo e da Alma

José de Paiva Netto

Geralmente, fundam-se instituições filantrópicas somente tendo em vista aqueles que necessitam de bens materiais, destituídos daquilo que os olhos penosamente testemunham. Todavia, o padecimento das gentes vai muito além do que se comprova na triste visão da pobreza humana. A dor não se encontra apenas nos barracos, nos mocambos, nos charcos, nos dias e madrugadas em que a LBV e a Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo ininterruptamente levantam os mendicantes com a Caridade Completa — Material e Espiritual. As angústias também estão, e ferozes, nas mansões, nos apartamentos de luxo, nos palácios, onde o Amor nem sempre habita e a segurança começa a ficar distante. E não há maior sofrimento do que a ausência de Amor.

Clamando por tranquilidade d’Alma

Lá, nos ambientes requintados, há igualmente mães que choram a incompreensão dos filhos e filhos que padecem o abandono dos pais; casais que não se compreendem; mulheres que sofrem a leviandade dos maridos e maridos que lamentam a frivolidade das esposas; enfermos cercados das maiores atenções médicas, mas sem a sustentação dos corações que mais amam; e até mesmo existem patrões de Espírito mais humilde que o de seus subordinados.

Todos enfrentamos problemas. Todos! Se o drama não é estritamente pessoal, afligimo-nos com a dor de alguém muito querido. Um mundo de paradoxos, de contrastes impensáveis. Em última análise, somos simples seres falíveis, clamando por tranquilidade d’Alma; instintivamente anelando a concórdia, aliada ao conhecimento da Verdade, de preferência a Divina. Entretanto, lamentavelmente esquecidos de que — ontem, hoje, agora e sempre — o caminho da Paz legítima é o Amor de Jesus. Ele, que é o Grande Amigo que não abandona amigo no meio do caminho, possui infinita capacidade para iluminar o íntimo das criaturas.

Ensinava Alziro Zarur (1914-1979): “Nenhum sofrimento é vão, nenhuma lágrima se perde. A vida humana é apenas uma preparação para a verdadeira Vida. Não há um pranto sequer que Deus não veja. E quem não chora a sua lágrima secreta? O Pai Celestial guarda-as para toda a Eternidade”.

As lágrimas dos pobres e as lágrimas dos ricos. O que importa numa sociedade realmente solidária altruística ecumênica é o ser humano e seu Espírito Imortal! Na Boa Nova, o Cristo, sem restrições, convida aos Seus braços todos os que padecem:

“Vinde a mim, todos vós que estais exaustos e oprimidos, e Eu vos darei lenitivo. Sem mim, nada podereis fazer. Eu sou a árvore, vós sois os ramos. Nada podereis realizar sem meu apoio. Não vos deixarei órfãos, voltarei a vós. Não se turbe o vosso coração nem se arreceie. Eu estarei convosco, todos os dias, até o fim do mundo. Novo Mandamento vos dou: amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos, se tiverdes o mesmo Amor uns pelos outros. (…) Não há maior Amor do que doar a própria vida pelos seus amigos” (Evangelho, consoante Mateus, 11:28 e 28:20, e João, 13:34 e 35, 14:18 e 27 e 15:5 e 13).

O conforto espiritual no Apocalipse

No Livro das Profecias Finais, 2:5, o Divino Senhor, porém, adverte: “Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; porque, se não, virei contra ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas”.

Algumas pessoas não sabem, mas o Apocalipse — não o confundir com previsões de fim de ano nem com Nostradamus (1503-1566) —, do mesmo modo, oferece alento aos que o analisam sem ideias preconcebidas, as quais não soam bem ao pensamento libertário da era em que vivemos. O Apocalipse — como o nomeava Zarur: “o mais importante livro da Bíblia Sagrada na atualidade mundial” — anuncia, para os que têm “olhos de ver e ouvidos de ouvir”, o mais glorioso acontecimento de todos os tempos da História: Jesus Está Chegando! Por que não?! Victor Hugo (1802-1885), citado pelo filósofo e sociólogo italiano Pietro Ubaldi (1886-1972), costumava lembrar que “quem hoje afirma que uma coisa é impossível tacitamente se coloca do lado dos que vão perder”.

Ainda no Livro da Revelação, 22:12, 13, 16, 17, 20 e 21, o Bom Pastor conforta: “Eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras. Eu sou o Alfa e o Ômega, o A e o Z, o Princípio e o Fim, diz o Senhor. (…) Eu, Jesus, enviei o meu Anjo para vos testificar estas coisas às Igrejas. Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a brilhante Estrela da manhã. O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve diga: Vem! Aquele que tem sede [da Palavra de Deus] venha! E quem quiser receba de graça a água da Vida Eterna! (…) Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente, venho sem demora. Amém! Ora vem, Senhor Jesus! A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós para todo o sempre. Amém!”

E essa consolação nos fortalece neste momento, em que a violência campeia livre pelo mundo.

 José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com 

 

 

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