Operação 10º Mandamento prende 36 integrantes de organização criminosa

PJC-MT

Investigações conduzidas há 18 meses identificaram que os criminosos estavam articulados para cometimento de crimes ordenados de dentro de unidades prisionais do estado

Assessoria | PJC-MT 

A Operação 10º Mandamento, conduzida pela Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, cumpriu 36 mandados de prisão contra integrantes de uma facção criminosa, envolvida em ataques a prédios públicos, incêndio e pichações na cidade de Barra do Garças (509 km a Leste de Cuiabá). A operação foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (14.03) para cumprimento de 51 ordens judiciais (38 mandados de prisão e 13 buscas) em cidades de Mato Grosso, Goiás e Paraná.

O balanço da operação foi apresentado na manhã desta quarta-feira, em  coletiva de imprensa, na sede da Secretaria de Estado de Segurança Pública, com a presença dos representantes da Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Politec e Detran e da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh).

Ao longo de 18 meses, as investigações conduzidas pela Delegacia Regional de Barra do Garças e a Gerência de Combate do Crime Organizado (GCCO) identificaram que os criminosos estavam articulados para cometimento de crimes ordenados de dentro de unidades prisionais de Mato Grosso.

Os mandados de prisão foram expedidos pela 7ª Vara de Combate ao Crime Organizado contra 24 integrantes que já estavam presos e 14 soltos. Em Mato Grosso, as ordens de prisão foram cumpridas em Barra do Garças (11 pessoas já presas e 09 soltas), Rondonópolis (01 reeducando), Água Boa (07 reeducando e 03 soltos) e Cuiabá (08 lideranças- sete custodiados e um solto).

Os criminosos foram notificados das ordens por policiais das regionais instaladas nessas cidades, Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), em trabalho conjunto com o Sistema Penitenciário Sejudh.

Entre os criminosos que tiveram mandados cumpridos estão: Renildo Silva Rios (conhecido como Snype), considerado o líder da organização, que está preso no presídio federal de Catanduvas, no Paraná; Ademir de Assis Campos (Japa), com grande poder de articulação, preso na Penitenciária Central do Estado (PCE); Gilson Rodrigues dos Santos (Tião/Russo), responsável pelas finanças; Wanderson Pinheiro de Souza (Cajú), recurso humanos, condenado a 40 anos e portador de tornozeleira, que foi preso no bairro Jardim Cuiabá, na capital; além de duas mulheres e outros dois homens, que estão com tarefas de liderança na organização.  

O delegado titular do GCCO, Diogo Santana, esclareceu que mesmo o criminoso já estando preso, um novo mandado de prisão possibilitará mais uma condenação na vida dele. “É mais tempo de prisão que terá a cumprir. O crime de integrar organização criminosa é muito grave, uma pena que pode chegar até oito anos de reclusão, só por integrar organização. Aquela pessoa que se identifica como membro de organização criminosa, seja por aplicativo de celular, seja por pichações em muro, só por dizer que é integrante de organização criminosa já está sujeita à pena de oito anos, mais a pena do crime que cometer por integrar a organização”, explicou.  

Investigação

As investigações iniciaram na cidade de Barra do Garças quando delitos foram orquestrados por essa organização criminosa contra órgãos da Segurança Pública (incêndio das viaturas do Sistema Socioeducativo).

A operação representa reforço nas medidas de combate ao crime organizado, em resposta às ações da suposta facção existente no interior dos presídios, que teria, em maio de 2016, comandado disparos de arma de fogo contra a 1ª Delegacia de Polícia e da Delegacia da Mulher de Barra do Garças; pichações na cela do prédio do Fórum  de Barra do Garças, e  outros locais públicos, e na sequência o incêndio, com uso de coquetel conhecido por “Molotov”, na casa de um agente penitenciário da cidade, como sinais de retaliação às ações de enfrentamento realizadas sob o comando das Secretarias de Segurança Pública e a de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh).

“É um estrutura criminosa que não se limitou a esses ataques planejados e orquestrados na cidade de Barra do Garças. Eles emanavam ordens para prática de delitos em todo o Estado de Mato Grosso. As ações pontuais, objeto das investigações, diz respeito a fatos pontuais de Barra do Garças, mas eles emanavam para práticas delitivas de outras situações que estão sendo investigadas, paralelas a essa”, disse o delegado de Barra do Garças, Joaquim Leitão.

Repressão contra grupos criminosos

A operação “10º Mandamento” é uma resposta enérgica dos órgãos da Segurança Pública (Sesp e Sejudh), com foco em reprimir e desestruturar o crime organizado. Agentes da Sejudh auxiliam com buscas e revistas minuciosas, nos interiores das unidades prisionais, visando neutralizar e desmantelar a organização criminosa.

O secretário de Estado de Segurança Pública, Gustavo Garcia, disse que o compromisso das instituições de segurança (Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Politec e Detran) é salvaguardar o cidadão de bem.  “É mais uma ação sigilosa, precisa, técnica que busca desarticular uma organização criminosa, que atua no Estado de Mato Grosso. Nós, o setor de inteligência, continuará reprimindo, de forma firme, as organizações criminosas que atuam em nosso estado. Nosso compromisso é garantir a segurança pública de todos”, afirmou.

O secretário Justiça e Direitos Humanos, Fausto José Freitas da Silva, destacou que o Estado, por meio da secretaria, vem buscado meios para dificultar a proliferação das organizações criminosas, principalmente dentro das unidades.

“Temos uma estratégia que será colocada em prática para dificultar a comunicação dessas  pessoas de organizações, seja com pessoas dentro da unidade ou com pessoas que estão fora. Até mesmo a transferência de pessoas ligadas às organizações para unidade federais é cogitada. Aproveitamos de informações como essa para solicitar vagas para presídios federais”, disse.

Por sua vez, o delegado geral, Fernando Vasco Spinelli Pigozzi, destacou o trabalho desenvolvido não somente pela Gerência de Combate ao Crime Organizado, mas também pelas Delegacias Especializadas da Capital e Delegacias Regionais do interior.

“Tivemos grandes operações contra organizações criminosas, todas com apoio da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil. O investimento na inteligência policial, em levar as regionais essa condição e capacidade para os policiais que estão na ponta, que conhece os criminosos que lá atuam, a segurança que ganha com isso”, avaliou.

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