Indicadores de abuso de drogas

As drogas são certamente o principal causador de violência, se não em todos, na maioria dos estados do Brasil, seja por viciados, seja por traficantes. O desarmamento de traficantes é primordial para reduzir disputas territoriais e que provocam mortes acidentais de moradores e transeuntes. Os roubos provocados por viciados também precisam de um tratamento especial.

A identificação de viciados torna-se imprescindível e cientistas do Centro de Estudos de Drogas, Álcool, Fumo e Saúde, da Escola de Enfermagem da Universidade de Michigan descobriram que o consumo abusivo de sedativos ou tranquilizantes sinaliza um grande risco no uso de substâncias mais viciantes em um futuro próximo.

A pesquisadora Carol Boyd, professora de Enfermagem e Estudos Femininos, liderou um estudo inédito descobriu que quando se começa a consumir um medicamento potencialmente viciante, de forma ilegal, o consumidor coloca-se em risco bem maior de usar outras substâncias, o que aumenta o perigo da dependência.
 
Essa descoberta é muito importante, pois se observa um grande crescimento no consumo de analgésicos opioides. As prescrições de sedativos e tranquilizantes aumentaram nos EUA e o estudo mostrou algumas das consequências.

Foram examinados os dados nacionais de aproximadamente 35 mil adultos americanos. As pesquisadoras levantaram quantas pessoas estavam abusando de sedativos, como pílulas para dormir, ou tranquilizantes como Valium, Xanax e relaxantes musculares. Incluindo tomar medicamento em excesso, consumi-los por mais tempo do que o prescrito, por razões diferentes das prescritas ou utilizar a receita de outra pessoa.

As mesmas pessoas foram reentrevistadas três anos depois. Descobriram que 76% das pessoas que abusavam de sedativos e tranquilizantes deixaram de usar esses medicamentos. Embora isso possa parecer uma indicação positiva, descobriram que 45% das pessoas que abusaram dos sedativos e tranquilizantes passaram a ter transtorno de uso de substâncias envolvendo outras substâncias, principalmente álcool, maconha e opioides.

O estudo apontou que os jovens adultos, de 18 a 25 anos, correm o risco de desenvolver um transtorno posterior com relação ao álcool ou às drogas. Das pessoas nessa faixa etária que abusavam de sedativos ou tranquilizantes, 60% das mulheres e 67% dos homens apresentaram um distúrbio de uso de substância envolvendo outras drogas três anos depois. Em todas as faixas etárias, os homens eram mais propensos a desenvolver distúrbios adicionais de uso de substâncias.

O estudo aponta a necessidade de treinar os médicos a pensar de forma diferente. A maioria dos usuários de drogas não é consumidor de uma droga única. Eles usam várias substâncias, colocando-se em risco de dosagem excessiva e até de morte. Devemos lembrar que sedativos e tranquilizantes contribuem para a superdosagem, especialmente quando misturados com álcool e opioides.

É preciso também que os médicos alertem os pacientes sobre os riscos de uso indevido, como também sobre como armazenar e descartar medicamentos. Alertas nas escolas sempre repercutem na sociedade em longo prazo.

Mario Eugenio Saturno (cientecfan.blogspot.com) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.

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