O vendedor ambulante Luis Carlos Costa Gonçalves, de 35 anos, principal suspeito de matar a menina Ana Clara Pires Camargo, de 7 anos, foi morto após ser baleado durante um confronto com policiais, na tarde desta quarta-feira (22), no Setor Carolina Park, em Goiânia.
Segundo a Polícia Civil, ele era conhecido e já foi vizinho da família da vítima. Atualmente, morava em um bairro próximo. Natural de Presidente Dutra (MA), ele trabalhava revendendo blocos de notas em Goiânia para comerciantes do Setor Campinas e da Rua 44, no Setor Norte Ferroviário.
Em nota, a Polícia Militar informou que Luis Carlos foi localizado “no Setor Lorena Park, em Goiânia, na tarde de hoje por equipes do Serviço Reservado da Polícia Militar (PM2) e da Polícia Civil”. Segundo a corporação, na abordagem, o suspeito de matar Ana Clara “agiu de maneira violenta” e, “durante o confronto, foi atingido por disparos de arma de fogo vindo a óbito no local”.
A polícia isolou uma casa onde o corpo está. Centenas de pessoas acompanham, de longe, o trabalho no local. Uma equipe da Polícia Técnico-Científica chegou à residência por volta das 15h20. Cerca de 20 minutos depois, o IML esteve na residência para retirar o corpo.
Corpo
O corpo da garota foi localizado nesta manhã, às margens da GO-462, por volta das 9h. Segundo funcionários do Instituto Médico Legal (IML), a mãe de Ana Clara está dentro de uma sala do local. Por volta das 14h40, eram feitos exames no corpo da menina. Ainda não há informações sobre as causas da morte.
O pai de Ana Clara, o subtenente do Corpo de Bombeiros Arlindo Sebastião Camargo, também esteve no IML e falou sobre a morte do suspeito. “Ele foi um monstro por fazer o que fez com ela. É difícil falar isso, mas ele mereceu. Foi justo, ele não merecida viver mais nesse mundo”, afirmou.
Antes, Camargo esteve no local onde a filha foi morta. Ele disse que não esperava encontrá-la sem vida. “Não é nada fácil encontrá-la assim. Tinha três anos que eu não a via, então está sendo muito difícil. Não desejo a pai nenhum o que a gente está passando aqui agora. Peço a Deus que ela esteja em um lugar bom”, lamentou.
Desaparecimento
Ana Clara desapareceu no início da tarde da última sexta-feira (17), no Residencial Antônio de Carlos Pires, na capital. Segundo familiares, ela saiu para comprar um refrigerante, foi vista conversando com alguém em um carro prata, voltou para casa e almoçou.
Em seguida, saiu mais uma vez para entregar um dinheiro a uma vizinha. De acordo com a polícia, a menina esteve no local, mas não deixou o dinheiro. Ela desapareceu quando retornava para casa.
Local onde o corpo foi achado, que fica a cerca de 10 quilômetros de onde a criança sumiu, os policiais também acharam um VW Gol prata, que pode ser do suspeito do crime.
A perícia no veículo, que durou cerca de uma hora, encontrou um pacote contendo um composto químico ácido, não especificado, e um vidro de álcool.
A polícia destacou que as buscas foram complexas, já que a área é cercada por chácaras e fazendas. A corporação ainda não detalhou como o corpo foi localizado.
Revolta
Vizinhos da menina tentaram invadir um sobrado que fica uma rua abaixo da casa da garota, no Residencial Antônio de Carlos Pires, nesta manhã. Segundo eles, o imóvel pertence ao vendedor ambulante. A Cavalaria da Polícia Militar estava no bairro e impediu a invasão.
O imóvel estava fechado e aparentemente vazio. Populares chutaram o portão e chegaram a abri-lo, mas a PM, que estava na região, chegou e impediu que a casa fosse depredada. Os agentes seguiam no local por volta das 11h30 tentando acalmar os moradores. Ninguém foi preso.
Vizinha da família de Ana Clara, a dona de casa Aparecida Simão Vaz Lima, de 57 anos, diz que todos estão muito nervosos com o crime. “A gente está muito revoltado. Uma criança indefesa, quem sabe o sofrimento que ele a fez ela passar. A gente pede pelo amor de seja feita justiça. Queremos justiça para Ana Clara”, disse.
Ana Clara sumiu após ir até a casa da vizinha Cláudia Helena do Nascimento. A mulher, que foi uma das últimas a ver a criança, disse que a garota ficou poucos minutos na casa dela e ressaltou que ainda não acredita no que aconteceu.
Fonte: G1-GO
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