Em Genebra, o diretor da OMS, Etienne Krug, falou à Rádio ONU sobre os afogamentos no Brasil: “São mais de 6 mil por ano. Um número grande!”
A Comissão de Segurança Pública e Comunitária da Assembleia Legislativa aprovou a proposta de avaliação e monitoramento dos rios de Mato Grosso. A grande maioria deles é considerada de risco quando o assunto envolve acidentes e mortes de pessoas por afogamento. O objetivo é identificar de maneira permanente – por meio de placas com alertas – as áreas consideradas de risco nas águas pertencentes ao Estado.
Dados revelados há cerca de 90 dias pela Secretaria de Segurança Pública (Sesp) – mas ainda atuais – mostraram que, em 2016, foram registradas oficialmente 87 mortes de pessoas nessas circunstâncias, 24 delas nos rios da Baixada Cuiabana. O quadro também aponta cerca de 30% no aumento dessas mortes em relação ao ano passado. Já no mesmo período de 2014, 56 pessoas perderam a vida em iguais circunstâncias.
Cenário idêntico a esse foi mostrado há exatos dois anos pela Organização Mundial de Saúde – a OMS. No “Relatório Global sobre Afogamento: Evitando uma das Maiores Causas de Morte”, lançado à época em Genebra, o problema foi colocado entre as 10 principais causas de morte de crianças e jovens. Na ocasião, a OMS alertou que 372 mil pessoas morrem afogadas todos os anos, no mundo. Pior: o Brasil aparece como terceiro país com o maior número de mortes, ficando atrás do Japão e da Rússia.
Divulgações feitas pela mídia sobre tragédias e vítimas provocadas todos os anos por saltos, mergulhos e quedas em locais de risco vêm chamando a atenção popular. “Esses acidentes vêm acontecendo paralelamente a afogamentos que poderiam ser evitados se existissem sinalizações adequadas nas áreas onde ocorrem”, observou o autor do projeto – deputado Wagner Ramos (PSD).
Em Genebra, o diretor do Departamento de Controle de Doenças Crônicas e de Prevenção da Violência e dos Traumatismos – da OMS, Etienne Krug, falou à Rádio ONU sobre a situação do Brasil. “O Brasil tem mais de 6 mil afogamentos por ano. Um número grande. Acho que primeiro devem ser implementadas as medidas de prevenção básicas a nível das comunidades”, alertou Krug.
Entre essas ações estão a instalação de barreiras – tipos de grades para impedir a aproximação das crianças, ter locais seguros para que elas possam ficar durante o período em que os pais trabalham e, também, ensinar as crianças a nadar já nas escolas primárias.
Fonte: Assessoria/Fernando Leal – Fenaj nº 385/20
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