Seja pela entrada cada vez maior da mulher no mercado de trabalho ou pelas conquistas do feminismo, o adiamento da gravidez hoje é considerado um fenômeno mundial. No Brasil, a idade média para ter o primeiro filho já é de 30 anos. E com as novidades da ciência, muitas estão se tornando mães em idades mais avançadas.
Se por um lado esse cenário só é possível graças aos avanços nos tratamentos de preservação da fertilidade, por outro remete a um contexto novo de redefinição dos papeis sociais do homem e da mulher, em que ter filhos deixa de ser um padrão normativo para ser uma questão de planejamento. Diante disso, os casais podem se ver cooptados por algumas dúvidas. A começar pelo “momento certo” de engravidar: será que existe isso, em termos biológicos? E como saber qual é a hora?
“Existe, sim, o momento certo para engravidar, o problema é identificá-lo”. A afirmação é de Newton Busso, diretor-tesoureiro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo (SOGESP) e especialista em reprodução assistida. O médico diz que já existem aplicativos que ajudam a verificar os sintomas do período fértil e que vêm até com um termômetro basal, usado para detectar o período de ovulação. Alguns exemplos são o Calendário Menstrual (gratuito, disponível na Play Store), o Ovuview (apenas para Android) e o Natural Cycles (pago, e também pode ser usado como método contraceptivo).
Questionado se engravidar pode ser mais fácil para umas mulheres do que para outras, o médico afirmou que não existe esse tipo de comparação, contanto que estejamos falando de homens e mulheres sem nenhum problema orgânico com atividade sexual frequente (cerca de duas a três relações por semana ao longo de um ano, o suficiente para que o casal tenha sido exposto a chances reais de gestação). “O principal impedimento para a gravidez continua sendo a idade da mulher, independente de ela ser saudável ou não”, explica o especialista. Se depois de um ano de tentativa ela ainda não conseguir engravidar, o casal já deve ser investigado para descartar a possibilidade de uma doença no processo reprodutivo.
Em relação a tratamentos alternativos, ainda não existem medicamentos nem vitaminas que ajudem a mulher a engravidar, mas uma vida saudável, prevenindo desvios de peso e doenças sexualmente transmissíveis, sem uso abusivo de álcool, café, cigarro e outras drogas, costuma ser recomendada. E a dica é colocar a gravidez no planejamento antes dos 35 anos de idade, pois, apesar dos avanços tecnológicos, o corpo biológico continua tendo um ritmo de produção igual ao de nossas avós. Caso não haja possibilidade de gestação no momento, por decisão da mulher (esteja ou não em um relacionamento), uma alternativa é congelar os óvulos para ter maior chance no futuro se necessitar de tratamentos de fertilização in-vitro. É bom lembrar sempre que os tratamentos são uma alternativa para quem deles necessite e não garantia de gestação, principalmente em faixas etárias mais altas.
ESPAÇO MÉDICO
Gestão em Saúde é destaque do XI Congresso Paulista de Neurologia
Durante a programação do XI Congresso Paulista de Neurologia, de 24 a 27 de maio, no Hotel Sofitel Jequitimar, Guarujá (SP), estão programadas atividades de interesse além da especialidade. É o caso de Neuroeconomia em Gestão, workshop sobre os princípios Lean, filosofia americana que visa o trabalho colaborativo e a eliminação de desperdício no sistema, que acontecerá na tarde do dia 26.
O workshop será apresentado pelo dr. Li Li Min, professor titular do Departamento de Neurologia da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e nomeado embaixador da Epilepsia no Brasil pelo International Bureau for Epilepsy. “Essa é uma premissa de melhoria contínua nos processos de trabalho que já alcança diversos setores, como automobilístico, por exemplo, e agora chega à saúde. São pilares que atraem os gestores da área, uma vez que trazem bons resultados”, destaca.
Estudos americanos mostram que 30% de tudo que é gasto nas instituições de saúde não agregam valores, por isso é tão importante identificar e eliminar materiais e custos desnecessários. “Nem sempre o médico é exposto a essa questão, porém, ao chegar a cargos de chefia, ele se depara com essa realidade. Como o tema é pouco difundido, é importante conhecer mais essas ferramentas de gestão”, conclui.
As vagas são limitadas. Para mais informações e inscrições, além de novidades sobre o Congresso, acesse www.apm.org.br/neurologia.
Apoio
COLUNA SAÚDE ACONTECE
Perguntas e sugestões podem ser enviadas para acontece@acontecenoticias.com.br
ou para a Avenida Pompeia, 634, conj. 401 – São Paulo, SP – CEP 05022-000
Seja o primeiro a comentar sobre "EXISTE HORA PARA ENGRAVIDAR?"