O Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT) começou a estudar a versão inicial do Plano Estratégico 2017-2026, apresentada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), durante a 44ª Reunião Ordinária da Comissão Sul-Americana para a Luta contra a Febre Aftosa (Cosalfa) realizada em Pirenópolis (GO), nos dias 06 e 07 de abril de 2017.
Segundo a diretora técnica do Indea, Daniella Bueno, o plano é moderno e atende aos anseios da defesa sanitária do país. “Essa foi uma apresentação da versão inicial e a partir de agora, temos uma agenda de discussões com os atores da cadeia produtiva. Nossa equipe técnica, bem como a cadeia produtiva de Mato Grosso já começaram a estudar o plano e a propor adequações, que serão apresentadas durante a primeira reunião do Mapa com os estados prevista para o início de maio”.
De acordo com o Mapa, diante da complexidade do tema saúde animal, foi utilizado o Planejamento Estratégico Situacional (PES) para construção do Plano. Foram definidos objetivos, diretrizes estratégicas, metas globais e um conjunto de 16 operações, agrupadas da seguinte forma: Interação com as partes interessadas no programa de prevenção da febre aftosa; Ampliação das capacidades dos Serviço Veterinários; Fortalecimento do sistema de vigilância em saúde animal; Realização da transição de zona livre de febre aftosa com vacinação para sem vacinação no país.
Os estados foram divididos em cinco blocos pecuários e Mato Grosso está inserido no Bloco IV, juntamente com Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Bahia, Sergipe, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo e Paraná. A retirada da vacinação para o Bloco IV está prevista para maio de 2021. Em Mato Grosso, as ações de defesa sanitária voltadas para a retirada de vacinação, são executadas pelo Indea.
Outra novidade apresentada pelo Mapa, foi a retirada do vírus C da vacina de febre aftosa a partir de 2019, quando a vacina utilizada passaria de trivalente (três cepas de vírus) para bivalente (duas cepas de vírus), o que diminuiria a dose de 5 ml para 2 ml.
Cosalfa
Criada em 1972, a Cosalfa tem a finalidade de avaliar o progresso alcançado pelos programas nacionais de controle e erradicação da febre aftosa na América do Sul, e recomendar ações para esses programas, assegurando a integração regional de ações de intervenção. É formado por 26 representantes, do setor público pertencentes ao Serviço Veterinário Oficial (SVO) e do setor produtivo, de 13 países: Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname, Venezuela e Uruguai.
Durante a 44ª Cosalfa foram discutidos temas como o impacto econômico de um status sem vacinação, as novas demandas de financiamento para os programas de prevenção e vigilância, e os efeitos da eventual suspensão dos programas de vacinação, tanto para o serviço veterinário como para a indústria.
Além disso, os países livres foram conclamados a colocar-se em dia com os desafios técnicos que surgem ao se alcançar um status sem vacinação, bem como conhecer, rever e incorporar ferramentas que aprimorem suas capacidades para prevenção, detecção de riscos e resposta em caso de uma emergência sanitária.
Os delegados da Cosalfa analisaram também, a situação atual dos países integrantes, à luz do Plano de Ação 2011-2020 do PHEFA e dos desafios da última etapa. Foram adotadas resoluções quanto ao projeto de criação de um Banco Regional de Antígenos/Vacinas da Cosalfa (Banvaco), ao manejo das cepas de febre aftosa exógenas à região, e à necessidade de manter o sorotipo C nos programas de vacinação sistemática. Também foi abordado o financiamento das ações contra a febre aftosa nos países livres que iniciarão a transição para o status sem vacinação.
O presidente do Indea, Guilherme Nolasco e equipe técnica do Instituto estiveram presentes no evento.
Dayanne Santana | Sedec-MT
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