Quando um remédio causa dor de cabeça

Medicamentos, a priori, servem para curar, mas muitas vezes vêm acompanhados de efeitos colaterais, e um dos mais comuns é a dor de cabeça. “É uma situação que vemos com certa frequência”, atesta o neurologista Fernando Kowacs, coordenador do Departamento Científico de Cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia (ABN). Nesses casos, um analgésico para cefaleia pode até funcionar, mas não combate a origem da dor. Segundo o médico, a única forma de acabar com essa adversidade é com a interrupção do remédio que vem causando o problema.

No caso de o paciente sofrer de enxaqueca, a probabilidade de um remédio para outra doença potencializar a cefaleia é maior. “Um medicamento que não causa tanta dor de cabeça em pessoas sadias pode provocar esse efeito em quem tem enxaqueca, essa é a tendência”, afirma Kowacs.

O médico ainda diz que não existe um componente específico que cause a dor de cabeça. Depende muito do tipo de remédio e dos receptores que são atingidos. Mas atenta que alguns remédios são conhecidos por provocar a cefaleia “Um exemplo de medicamento que pode causar dor de cabeça são os antidepressivos de uma família específica, que são os inibidores seletivos da recaptação da serotonina. Esses frequentemente causam ou agravam um quadro de dor de cabeça”, ressalta o especialista.

O mais importante, segundo Fernando Kowacs, é a pessoa tentar avaliar se a cefaleia que apareceu pode estar atrelada ao uso de algum medicamento. “Ela não tinha dor de cabeça e passou a ter a partir de tal momento. Então, deve se perguntar o que mudou. Foi na época em que começou a usar tal remédio? É preciso buscar na memória o que pode ter acontecido de diferente quando surgiu a dor, checar a lista de efeitos colaterais do que estiver tomando e conversar com o seu médico para ver como proceder”, orienta.

Outra situação muito comum são as dores de cabeça causadas pelo uso excessivo de analgésicos para a própria cefaleia. Sim, isso mesmo. O médico observa que, para uma dor eventual, o medicamento pode funcionar muito bem, mas há um limite. Quando o remédio é ingerido mais de duas vezes por semana, há um risco grande de acabar perpetuando o sintoma, ocasionando uma piora. “Se a pessoa precisa tomar analgésico para dor de cabeça mais de duas vezes por semana, ela precisa obrigatoriamente procurar atendimento pra evitar que entre em um ciclo vicioso de mais analgésicos e mais dor de cabeça”, adverte.

A ABN quer conhecer melhor o quadro da cefaleia no Brasil e você pode colaborar respondendo a pesquisa no site da academia (abneuro.org.br) até o dia 28 de abril.

Notícias da Enfermagem

Coren-SP sobre a crise Hospital São Paulo

Diante da decisão do conselho gestor e da direção executiva do Hospital São Paulo/Hospital Universitário/Unifesp de suspender as internações eletivas desde 31 de março, o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) vem a público manifestar o seu apoio aos profissionais. Essa situação é decorrente da séria crise financeira e assistencial enfrentada nos últimos anos, agravada pela instabilidade econômica do País e pela natural migração de usuários para o Sistema Único de Saúde (SUS). O Coren-SP constatou irregularidades na instituição, fazendo os apontamentos necessários para a regularização do atendimento.

Um dos maiores hospitais públicos do Brasil, o Hospital São Paulo é apenas um exemplo da difícil realidade que o sistema público de saúde atravessa em decorrência do subfinanciamento, que compromete os princípios básicos do SUS: universalidade, equidade e integralidade. São impactados por esse cenário os cerca de 1,5 mil usuários que procuram diariamente o pronto-socorro da instituição, e os profissionais da área da saúde. A enfermagem, por exemplo, está na linha de frente da assistência, protagonizando o atendimento em seus diversos níveis, sendo diretamente afetada pelo contexto de recessão.

A posição do Coren-SP é para que as autoridades ligadas à Saúde, tanto a nível federal quanto estadual e municipal, deem atenção à atual situação do Hospital São Paulo e ao SUS de maneira abrangente, para que os profissionais e a população não sejam penalizados pelo subfinanciamento da saúde pública.

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