Crianças que precisam de internação em hospitais trazem sempre uma enorme preocupação para os pais. E após esse período surgem outras apreensões quando ela retorna para casa. Como cuidar? O que fazer para que a recuperação seja total? O que evitar para não atrapalhar o fim do tratamento?
“Primeiro é preciso solicitar o Resumo da Internação, um documento onde constam todas as informações importantes sobre o paciente e que deve ser guardado porque é essencial para a história dele. Ali estarão também as recomendações da equipe de internação para o complemento do tratamento, porque a alta não quer dizer, necessariamente, que o paciente esteja curado, mas, sim, que está melhor e deve continuar a terapia”, informa o pediatra Fernando Lyra, membro do Departamento de Cuidados Domiciliares da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).
A maioria das crianças que precisam de internação tem até 5 anos, conta o pediatra, e os cuidados variam. “Quando a criança passou por cirurgia, os familiares receberão treinamento para fazer os curativos em casa e também para a utilização de equipamentos. Se for um caso de doença, a informação aos pais será sobre os medicamentos que devem ser ministrados”, afirma Fernando.
Também é preciso estar ciente de que a criança pode estar fragilizada fisicamente, portanto será imprescindível restringir visitas que apresentem alguma enfermidade. “Pessoas com problemas respiratórios, febre, resfriado ou qualquer processo infeccioso não devem visitar a criança”, adverte o pediatra.
Importante também é saber quando retornar ao médico. “Febre, volta da dor ou dor exacerbada, vermelhidão em torno da ferida e secreção, em caso de cirurgia, são chamados de sinais de alerta e a criança precisa ser examinada por quem a atendeu ou ser encaminhada ao posto médico. Mas evite procurar atendimento em pronto-socorro desnecessariamente”.
E não é só o físico da criança que sofre com uma internação. “Observamos que muitas crianças ficam tristes, não comem, ficam quietas e não querem brincar quando internadas. Após a alta, o paciente pode ter uma rápida recuperação, mas os pais podem ser mais afetados com os problemas de saúde de seus filhos e também apresentar sinais de depressão, principalmente quando a criança esteve internada por doenças graves e necessitou de tratamento em UTI”, explica.
Nesses casos, tanto pacientes como familiares devem procurar ajuda especializada, pois os pais passam a ter uma percepção da criança mais frágil do que ela é na realidade, e isso vai comprometer a autoimagem que o pequeno tem dele mesmo.
“É necessário perceber que o período traumático acabou e mostrar para o paciente que ele está de volta ao cotidiano, que o pior já passou. Se possível, a criança deve voltar à escola, à convivência com os amigos e ao lazer”, aconselha o médico.
ESPAÇO MÉDICO
Projeto de Lei para combater o consumo de álcool na gestação
O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) declarou apoio à campanha de conscientização sobre a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), realizada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) e Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP).
O promotor de Justiça Jairo Edward de Luca, juntamente com os presidentes do Cremesp, Mauro Aranha, e da SPSP, Cláudio Barsanti, preparam um Projeto de Lei que será apresentado à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). O texto solicita que bares, restaurantes e mercados, entre outros estabelecimentos, divulguem informações sobre os riscos da SAF, afixando cartazes sobre o tema.
O Cremesp também está editando uma resolução que determina que hospitais, clínicas e maternidades fixem cartazes em suas dependências para sensibilizar a população.
A Síndrome Alcoólica Fetal é uma doença grave que não tem cura, decorrente da ingestão de álcool durante a gravidez. A doença pode acarretar sequelas irreversíveis ao bebê.
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