O senador Wellington Fagundes (PR) foi o político Mato-grossense que mais recebeu doações de campanhas da JBS S/A. Pelo menos é o que revelam os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em 2014, três cheques da JBS e outros dois da Seara, que pertencem a empresa dos irmãos Batista (dono da JBS), ajudaram o então deputado federal Wellington Fagundes (PR) a se eleger senador. O republicano lidera a lista dos mato-grossenses beneficiados pelo grupo empresarial com R$ 1.850 milhão.
Na semana passada, a empresa se tornou o pivô da mais recente crise política brasileira. Trouxe à tona o pagamento de propina e uma gravação com o presidente Michel Temer (PMDB), que colocou em risco o governo do peemedebista.
Além de Fagundes, outros parlamentares de Mato Grosso, que foram eleitos em 2014, receberam, ao todo, R$ 4,223 milhões para suas candidaturas.
O deputado federal Carlos Bezerra (PMDB), que recebeu R$ 1 milhão, em duas parcelas de R$ 500 mil, repassadas pelo diretório nacional da sigla.
Quem não recebeu doação da JBS naquele ano foram Ezequiel Fonseca (PP) e Nilson Leitão (PSDB).
Uma outra parte dos R$ 4 milhões investidos nos candidatos mato-grossenses foi direcionada para Ságuas Moraes (PT) e Fábio Garcia (PSB), que receberam R$ 150 mil cada um.
Nilson Leitão é um dos parlamentares que não recebeu doação da JBS
E também para Adilton Sachetti (PSB) e Valtenir Pereira (PMDB), beneficiado com R$ 50 mil cada um. Victório Galli (PSC), por sua vez, ganhou R$ 30 mil da JBS S/A em 2014.
Sobre os deputados estaduais, três deles receberam doações da empresa. Eduardo Botelho (PSB) ganhou R$ 350 mil. Mauro Savi (PSB) foi beneficiado com R$ 6.7 mil. E Alan Kardec (PT) recebeu R$ 77 mil da JBS.
Quem também recebeu doações legais e aprovadas pelo TSE, foi o atual governador Pedro Taques (PSDB).
Nas duas campanhas eleitorais que disputou em sua trajetória política, o governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB), foi beneficiado por doações da JBS S/A e empresas associadas à rede de frigoríficos.
Ao todo, o tucano recebeu R$ 600 mil, com os quais pagou dívidas das campanhas de 2010, ao Senado, e de 2014, quando conquistou o governo do Estado.
Os dados constam da declaração de prestação de contas do próprio Pedro Taques, no site da Justiça Eleitoral. Em ambos os casos, as contas foram aprovadas e as doações são legais.
Conforme o levantamento, o primeiro repasse ocorreu em 15 de outubro de 2010, por meio de transferência eletrônica. O valor era de R$ 100 mil. E a doação foi feita em nome da própria JBS S/A.
Os repasses posteriores foram registrados quatro anos depois, já na disputa pelo governo estadual.Na declaração de 2014, não constam doações feitas pela JBS. Mas sim por empresas que pertencem ao grupo dos irmãos Wesley e Joesley Batista, delatores de um esquema de propinas pagas pela JBS a políticos brasileiros.
Ficaram registradas no site da Justiça Eleitoral duas doações da Marfrig Global Foods S/A, que juntas somam R$ 250 mil. A primeira delas foi feita no dia 10 de outubro de 2014 e a segunda, no dia 24 daquele mesmo mês. Ambos os valores foram repassados por transferência eletrônica.
As transações também foram feitas para o deputado federal Carlos Bezerra (PMDB), que recebeu R$ 1 milhão, em duas parcelas de R$ 500 mil, repassadas pelo diretório nacional da sigla.
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