Sucateamento geral

A cantiga é velha quando dizem que o Brasil é rico em tudo, seja no seu chão (solo rico em minérios), nas suas matas, nos seus boleados. Os sambistas de todos os conceitos proliferam, mostrando, no estilo baiano, que o brasileiro tem sua ginga própria, sabe manusear as cartas, principalmente nos meios políticos e suas ramificações.

A nossa riqueza transcende, neste preâmbulo, em todos os setores da sociedade ramificada, programando descontroles assoberbados desde o seu nascedouro, causando, conjuntamente, as anarquias esperadas. São vários os quesitos confirmados cotidianamente.

Não queremos falar aqui das políticas em sí, mas dos resultados maquiavélicos que as mesmas proporcionam, através de autoridades mal colocadas.

Conforme um expert no assunto sempre que um serviço público é desativado total ou parcialmente, o grande prejuízo é da comunidade usuária. O encolhimento da Polícia Rodoviária Federal, por exemplo, é um desses grandes danos e deve ser festejado pelos ladrões de cargas e outros malfeitores que agem nas estradas brasileiras. A quem culpar?

“Por outro lado, os usuários comuns que tiverem o infortúnio de um acidente, morrerão mais facilmente porque o socorro torna-se mais deficiente. Na contramão da segurança, ainda há a possibilidade de mais sinistros porque, com menor fiscalização, o desrespeito à sinalização e às normas de trânsito tende a ser maior” , afirma um estudioso no assunto.

Continuando ele exemplificou que “ainda fica mais fácil o tráfico de armas e drogas, que hoje potencializam a violência no território nacional e, como todos sabem, chegam por via rodoviária às cidades onde se encontram seus usuários”.

 Neste caso fica patenteado que sucatear a Polícia Rodoviária Federal é, no mínimo, um grave erro estratégico. Por mais dificuldades financeiras que está enfrentando, o governo não deveria promover cortes tão profundos no custeio da estrutura de segurança. Sem os serviços das polícias, a sociedade, além de sofrer, acabará causando maiores desembolsos em outras áreas. Conforme se detecta um simples acidente tem elevado custo porque, fora os prejuízos materiais aos envolvidos, ainda há a saída temporária do acidentado do seu trabalho, os custos hospitalares e previdenciários, entre outras despesas.

“Além da Polícia Rodoviária, também se noticia cortes de verbas na Polícia Federal,(será também intencional?) que poderão reduzir a sua força de trabalho nesse momento crucial por que passa o país. Quando isso ocorre em nível federal, é de se imaginar que o mesmo está se repetindo nos estados, que são os titulares da segurança pública e mantêm suas polícias civil, militar e rodoviária”, volta a colocar o estudioso no tema. Se os governos estaduais – que vive grande crise financeira – também optarem por reduzir o tamanho (ou a força) de suas polícias, aí sim, o povo estará totalmente desamparado.

E é isto que vem ocorrendo, quando as polícias estaduais têm sido insuficientes para conter a escalada do crime. É uma realidade nacional. Em todas as corporações existem milhares de vagas que os governos não preenchem por falta de recursos destinados a honrar salários e encargos. As viaturas e equipamentos são velhos e sucateados.

No Mato Grosso felizmente o governo tem encarado com seriedade este fato, aumentando seu efetivo militar e civil. Em Barra do Garças um trabalho diuturno tem sido feito pelas duas forças citadas, o que não ocorre na vizinha Aragarças, que esta à mercê da bandidagem.

Trocado em miúdos: tudo isto nasce das demandas políticas que por suas vezes estão preocupadas somente com suas próprias necessidades, que não as do povo brasileiro, nas suas ramificações de ordenamento.

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