Aprovado por unanimidade, projeto de lei do deputado Zeca Viana inclui a terapia no rol de tratamento das redes públicas de saúde e de ensino
As redes públicas de saúde e de ensino de Mato Grosso poderão disponibilizar a equoterapia às pessoas com deficiência, já que a Assembleia Legislativa aprovou na última quarta-feira (12), por unanimidade, o Projeto de Lei nº 591/2015, de autoria do deputado Zeca Viana (PDT-MT). Isso inclui a terapia no rol de tratamentos terapêuticos dos sistemas públicos de saúde e de ensino.
“É extremamente importante implantarmos a equoterapia no sistema educacional e no sistema de saúde pública. Está cientificamente comprovado que é eficiente o método, porque dá um estímulo mais rápido ao paciente. Só quem tem um parente deficiente na família, e eu agora tenho um filho cadeirante, é que sabe como a prática é importante e boa”, disse Zeca.
Conforme a Associação Nacional de Equoterapia (Ande-Brasil), a equoterapia é um método terapêutico que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação, com o propósito do desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência e/ou com necessidades especiais.
O método é empregado principalmente nas pessoas com síndrome de Down, autismo, malformações congênitas do sistema nervoso central, doença de Parkinson e paralisia cerebral, apresentando excelentes resultados.
“Nós temos em Mato Grosso vários voluntários dentro e fora das Apaes que estão prestando esse serviço para as pessoas que mais necessitam. Por isso precisamos reconhecer esse tratamento e disponibilizar para melhorar a vida dos deficientes do nosso estado”, completou Zeca.
Parlamentares governistas e opositores se revezaram na tribuna para elogiar a iniciativa do deputado Zeca Viana ao incluir a equoterapia no rol de tratamentos da rede pública.
“É um projeto extremamente importante. A maioria das Apaes de Mato Grosso tem esse tipo de serviço e vem fazendo a diferença na recuperação de dezenas de portadores de deficiência física. O projeto é de suma importância e eu encaminho pela sua aprovação”, disse o deputado Zé Domingos Fraga (PSD).
“Quero citar um exemplo do vereador Tonhão, lá de Juína, que pratica a equoterapia ao longo de 15 anos e já colocou cadeirante andando novamente e ajudou muitos alunos da Apae. Nós precisamos que o Estado adote a equoterapia”, disse Oscar Bezerra.
Aprovado em segunda votação na Assembleia Legislativa, o projeto de lei ainda depende da sanção do governador para entrar em prática. Caso seja sancionada, a lei fará com que Mato Grosso seja o primeiro estado do Brasil a oferecer a equoterapia pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A TERAPIA
A equoterapia chegou ao Brasil em 1990 e tem se difundido no país devido aos excelentes resultados registrados. É um método terapêutico que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência ou necessidades específicas.
O método emprega o cavalo como agente promotor de ganhos físico e psíquico. Esta atividade exige a participação do corpo inteiro, contribuindo, assim, para o desenvolvimento da força muscular, relaxamento, conscientização do próprio corpo e aperfeiçoamento da coordenação motora e do equilíbrio.
A interação com o cavalo, incluindo os primeiros contatos, os cuidados preliminares, o ato de montar e o manuseio final desenvolvem, ainda, novas formas de socialização, autoconfiança e autoestima.
Em Mato Grosso, já existem associações que trabalham a equoterapia nos municípios de Cuiabá, Várzea Grande, Juína e Pontes e Lacerda.
Atualmente, o Congresso Nacional debate o Projeto de Lei 5499/2005, que inclui a equoterapia entre os serviços especializados oferecidos pelo SUS, e o Projeto de Lei 4761/2012, que regulamenta a prática da equoterapia.
Por Bem Noticias
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