Para muitas pessoas, a acupuntura, tratamento feito com agulhas inseridas no corpo do paciente, pode parecer apavorante. Mas a técnica de origem chinesa é praticada há cinco mil anos e no Brasil foi considerada uma especialidade médica pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) e pela AMB (Associação Médica Brasileira) em 1995.
Chamada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) de terapia integrativa, a acupuntura age melhorando a circulação sanguínea e liberando substâncias químicas produzidas pelo cérebro com efeito analgésico e anti-inflamatório. Dessa forma, a técnica age diminuindo e regulando o controle da dor.
“A acupuntura também tem efeito relaxante muscular, sedativo/hipnótico, antidepressivo e é capaz de aumentar a imunidade do corpo, entre outros benefícios”, explica Hong Jin Pai, médico acupunturista, coordenador do Grupo de Acupuntura do Centro de Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e do Comitê de Acupuntura em Dor da Sociedade Brasileira para Estudos da Dor (SBED).
São várias as enfermidades que podem ser tratadas com a acupuntura, principalmente as dores relacionadas ao sistema músculo-esquelético. Mas a técnica também traz bons resultados nas dores nas costas, em hérnia de disco, osteoartrose, tendinites e fibromialgia.
Sem contraindicação, a acupuntura pode ser feita em pacientes de todas as idades, inclusive em crianças, sem que sejam relatados efeitos colaterais, e em pacientes imunodeprimidos, que muitas vezes têm problemas com a medicação.
“Pessoas com hipersensibilidade aos remédios, com efeitos colaterais graves, como alterações do rim e estômago, além de náuseas e vômitos, devem ser tratadas com acupuntura, pois o tratamento ajuda o paciente a diminuir a quantidade de medicamentos diários, o que reduz a ocorrência e a gravidade desses efeitos indesejados”, afirma o doutor Pai.
Em casos de dores leves a moderadas, principalmente as musculares, a acupuntura pode ser um tratamento isolado eficaz, muitas vezes sem necessidade de remédios de uso contínuo. Em casos de dores crônicas, com a técnica chinesa os analgésicos passam a atuar melhor. “Provavelmente porque há redução da intensidade da dor e do processo inflamatório. Quando não há melhora da dor crônica após cinco sessões de acupuntura ou redução de pelo menos 50% da sua intensidade, deve-se otimizar o tratamento da dor crônica com outros tipos de medicamentos, que irão atuar no cérebro para modular a dor, como antidepressivos”, explica o especialista.
E para quem tem pavor de picadas no corpo, a boa notícia é que a grande maioria dos pontos de acupuntura é indolor, já que a ponta não é cortante e pode ser até dez vezes mais fina que uma agulha de injeção. “Em alguns casos, como os pontos estão localizados próximos a terminações nervosas, pode haver um leve desconforto momentâneo”, adverte o médico.
“Um estudo inglês acompanhou mais de 34 mil atendimentos de acupuntura em um mês, e não houve relatos de efeitos adversos graves. Segundo o estudo, ocorreram pequenos hematomas e pequena dor local após a sessão em menos de 2% dos pacientes, o que faz com que a acupuntura seja uma terapia mais segura que os medicamentos”, ressalta o doutor Pai.
Espaço Médico
Vem aí o Congresso SOGESP 2017
Entre os dias 24 e 26 de agosto, o que há de mais moderno e inovador nas áreas de ginecologia e obstetrícia estará sendo apresentado, debatido e incluído na formação dos profissionais que participarão do XXII Congresso Paulista de Ginecologia e Obstetrícia, promovido pela SOGESP. O evento, que acontece no Transamerica Expo Center, em São Paulo, também chega a sua versão 2017 com uma estrutura maior, com uma estimativa de 8 mil participantes, um número que vem crescendo ano a ano.
Para atender a esse aumento da demanda, além da ampliação da estrutura física, com uma área de mais de 2.900 m2 para garantir um fluxo tranquilo dos participantes entre as salas de aula e a feira dos expositores, a programação do Congresso SOGESP 2017 foi incrementada. Para este ano, 14 sala estarão disponíveis para cursos pré-congresso, cursos práticos, debates informais, sessões interativas, top temas, fóruns, recomendações SOGESP, workshop para residentes e sessões de melhores trabalhos científicos.
A experiência pioneira em 2016 se expandiu neste ano com a criação de nove salas chamadas estações, destinadas aos cursos práticos ao longo do congresso. Rossana Pulcineli Vieira Francisco, coordenadora de Obstetrícia da SOGESP, destaca a excelente aceitação das aulas no ano anterior e, com isso, houve um consequente aumento da demanda por vagas. “Para esta edição, ajustamos as estações de modo a atender as situações mais frequentes, como hemorragia pós-parto”, comenta.
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