Da necessidade de ter um espaço para vender a produção dos agricultores familiares de Várzea Grande, em Mato Grosso (MT), surgiu a Central de Comercialização da Agricultura Familiar da Baixada Cuiabana. O local abriu as portas em 2010 e foi construída com recursos do Projeto de Infraestrutura e Serviços em Territórios Rurais (Proinf), política pública idealizada pela Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead). Hoje, sete anos depois, a Central funciona com a participação de mais de 700 famílias, por meio de 11 cooperativas da região.
De acordo com o diretor-presidente da Cooperativa Central da Agricultura Familiar da Baixada Cuiabana, Luís Carlos Ponce, as 11 cooperativas que participam do projeto têm Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) jurídica ativa. “Para nós, é uma oportunidade poder contar com uma política que nos permita avançar em mais um nicho de mercado. É uma alternativa a mais para o agricultor dialogar diretamente com o consumidor final. Isso agrega valor e renda para os agricultores e para consumidores, que estarão recebendo um produto fresco, de boa qualidade e sem conservantes”, afirma Carlos, ressaltando que, além da Central, os agricultores também otimizam as vendas na região por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), ambos executados Sead.
Representante da Secretaria no estado do Mato Grosso, Luciana Gallan, delegada substituta Federal do Desenvolvimento Agrário, destaca a importância da implantação do local. “A nossa Central é uma conquista da baixada cuiabana. Hoje, é o principal ponto de referência quando se trata de produtos da agricultura familiar na região, principalmente daqueles tradicionalmente cuiabanos, pois alguns tipos nós não encontramos em supermercados ou em padarias”, explica Luciana. Ainda segundo ela, na Central é possível encontrar, por exemplo, farinha de mandioca, melado ou alguns doces de comunidades quilombolas. “Esse diferencial já é reconhecido pela população local, sem contar que a Central se localiza no maior centro consumidor do estado do Mato Grosso”.
À frente da Central há quatro anos, Doraci Maria Siqueira, gerente de apoio à comercialização, explica que o local funciona de sexta a domingo como uma feira onde os agricultores podem expor os produtos cultivados. Entretanto, a partir de 9 de agosto, toda quarta-feira será dia de Atacadão da Agricultura Familiar. “Os produtores venderão somente frutas, legumes e verduras, com preços mais baixos. Nós da Central somos responsáveis por toda parte de propaganda. Para isso, utilizamos carros de som, panfletos, e comerciais de televisão e rádio para chamar a atenção da população da região”, explica.
A gerente comenta ainda que além da programação normal, a Secretaria de Estado de Agricultura Familiar disponibiliza caminhões para que os produtores façam uma Feira Itinerante, uma feira livre que acontece todos os dias, nos cinco bairros da cidade. Doraci se emociona ao falar do trabalho que realiza. “É como um sonho. É uma luta para atender as necessidades do agricultor familiar. E estamos nela há muito tempo. Agora, finalmente, podemos ver que estamos colhendo frutos do nosso esforço”, comenta.
Expositora
O sítio da agricultora Terezinha Rios Pedroza fica a 45 km da Central. Na propriedade, ela e o marido criam algumas cabeças de gado, aves e peixes. Terezinha participa das feiras há três anos e vê diferença em sua vida. “O impacto foi muito positivo. A gente passou a ter uma renda que, se dependesse só de nós mesmos, não teríamos. Antes de existir a Central era muito complicado. Tínhamos que sair com o nosso carro, vender de porta em porta. E depois da feira, fizemos uma clientela mais fiel e, de lá para cá, conseguimos aumentar a nossa freguesia”, finaliza.
Mais informações à imprensa:
Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário
Assessoria de Comunicação
Contatos: (61) 2020-0128 / 0122 e imprensa@mda.gov.br
Seja o primeiro a comentar sobre "MATO GROSSO – Centro de comercialização garante mercado para agricultores familiares"