Na delação premiada homologada pelo Supremo, ex-governador detalhou participação de cada um
MidiaNews
A delação premiada do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) traz uma lista dos operadores financeiros do suposto esquema de desvios de recursos dos cofres públicos em Mato Grosso. O esquema envolveria os governos Blairo Maggi e Silval.
O primeiro dos operadores seria o empresário Valdir Piran. Conforme Silval Barbosa, quando deixou o Governo para se candidatar ao Senado, Maggi teria pedido que Silval assumisse uma dívida de aproximadamente R$ 40 milhões que ele tinha com Piran.
O ex-governador também cita Francisco Carlos Ferres e Valcir José Piran, com quem Silval diz ter contraído um empréstimo para pagar a dívida de Maggi com Piran. Na delação, os dois nomes constam como apenas um operador.
O terceiro seria o empresário Júnior Mendonça, delator da operação Ararath, que, segundo Silval, negociava com o ex-secretário Eder Moraes, este atuando em nome de Blairo Maggi e Silval.
“Tem conhecimento que Eder Moraes chegou inclusive a assinar as promissórias em nome garantindo a dívida com Júnior Mendonça, com o aval de Blairo Maggi”, consta na delação.
Tem conhecimento que Eder Moraes chegou inclusive a assinar as promissórias em nome garantindo a dívida com Júnior Mendonça, com o aval de Blairo Maggi
O número quatro da lista apresentada por Silval é uma mulher identificada apenas como Marilene. Neste caso, o ex-governador se recorda de ter sido avalista de um empréstimo de Marliene ao empreiteiro Robério Garcia, da Engeglobal, que realizou obras da Copa do Mundo. “Visando não parar as obras da Copa, o colaborador aceitou ser avalista de Robério”.
Silval reconhece que ficou devendo R$ 250 mil a Marilene.
Outro citado é Romulo Botelho, irmão do presidente da Assembleia, Eduardo Botelho. Ele teria atuado para atender a então deputada federal Thelma de Oliveira, que teria pedido R$ 1 milhão de uma obra de R$ 10 milhões em Chapada dos Guimarães.
O ex-servidor da Assembleia Legislativa Tegivan de Moraes também é citado. Silval diz que ele participou de uma triangulação na qual uma fazenda comprada pelo ex-governador foi colocada em nome de terceiros.
O ex-secretário Eder Moraes também é apontado como operador. “Responsável por operar o sistema de conta corrente do Governo Blairo com Valdir Piran, Junior Mendonça e outros”, segundo a delação. Eder também seria intermediador de relações com o BicBanco e teria se envolvido em pagamentos indevidos de precatórios a várias empresas.
Silval cita, por fim, o empresário Ricardo Novis, uma pessoa identificada como Avilmar e Jurandir Soluções Cosméticos.
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