Todos os anos cerca de 200 mil pessoas morrem no Brasil em consequência de doenças causadas pelo tabagismo, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Nesta terça-feira (29.08), é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, que tem como principal objetivo reforçar a mobilização da população nas ações contra o vício, e a sensibilização sobre os danos ambientais, físicos, sociais e econômicos advindos do tabaco. A campanha foi criada em 1986 e é apoiada pela Lei Federal 7.488.
Mais de 50 doenças estão relacionadas ao vício em cigarro. Câncer nos pulmões, garganta, cabeça, pescoço, esôfago, inúmeras cardiopatias, impotência sexual, infertilidade, úlceras, diabetes, entre outras doenças, estão na lista das consequências.
O Programa de Controle do Tabagismo é considerado um dos mais exitosos no mundo. No Brasil, o número de fumantes caiu de 34,6% da população, em 1989, para 10,2%, em 2016, segundo dados do sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (o Vigitel). Esse sistema está inserido na Vigilância de Fatores de Risco de Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) do Ministério da Saúde e, em conjunto com outros inquéritos, como os domiciliares e em populações escolares, vem ampliando o conhecimento sobre as DCNT no país. Em Cuiabá, o percentual de adultos fumantes caiu de 10,9 em 2015 para 9,1 em 2016 (Vigitel), evidenciando que as ações trazem resultados favoráveis.
Dentre as diretrizes adotadas pelo Programa destacam-se as ações educativas, bem como o tratamento nas unidades de saúde de SUS.
As ações educativas têm como propósito fortalecer a promoção da saúde e a prevenção de doenças, com uma abordagem de temas relacionados ao consumo de tabaco, álcool e outras drogas, em uma parceria com o Programa Saúde na Escola, que direciona as ações às crianças, jovens e adolescentes, visto que a indústria trabalha estratégias para atingir esse público alvo.
Cigarros com sabores como baunilha, menta, chocolate e também o investimento nas embalagens mais atrativas buscam conquistar novos consumidores. Nos pontos de venda, esses produtos são expostos nas proximidades de doces e guloseimas, despertando a atenção. Em razão disto, uma ação direta de inconstitucionalidade (ADIN) tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) para proibir o uso de aditivos que dão sabor a cigarros.
Quem quer parar de fumar pode contar com o Sistema Único de Saúde (SUS), que oferece tratamento gratuito para os fumantes. Uma equipe multidisciplinar de profissionais da área de saúde disponibiliza abordagem cognitivo-comportamental, na qual o paciente é levado a ter conhecimentos específicos sobre o tabagismo, e medicamentos. O preço dos medicamentos recomendados no tratamento contra o tabagismo, que variam de R$ 30 a R$ 150, é um dos motivos que impede o fumante de lutar contra o vício.
Apesar da visível redução nos números de fumantes, não se pode negar que o tabagismo continua a ser um dos maiores problemas de saúde pública do país. Um estudo realizado pelo Ministério da Saúde concluiu que o consumo de cigarros e outros derivados do tabaco resultaram em um prejuízo de mais de R$ 56 bilhões ao Brasil no ano de 2015, sendo que deste total, custos médicos diretos representaram R$ 39,4 bilhões, enquanto que os custos indiretos, decorrentes da perda de produtividade devido à morte prematura e a incapacitação de trabalhadores, totalizaram R$ 17,5 bilhões.
Tudo isso demonstra a necessidade de se fortalecer cada vez mais as ações direcionadas no combate ao tabagismo para assim, as conquistas já alcançadas servirem de incentivo para manter a batalha contra esse grande vilão.
Ana Cláudia Guimarães | Assessoria SES/MT
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