Os agentes penitenciários da cadeia pública de Barra do Garças (520 km de Cuiabá) conseguiram salvar um detento que, por pouco, não foi assassinado dentro da unidade. Membros do Comando Vermelho jogaram água quente na vítima e depois a espancaram, tudo porque ela não teria seguido ordens da facção criminosa. O homem foi salvo após conseguir gritar, antes de desmaiar.
Segundo as informações do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindspen-MT), o fato foi registrado na última sexta-feira (22). O atentado ocorreu na ala cinco da cadeia, sendo que dentro da cela estavam 15 reeducandos. Eles utilizaram um mergulhão (aquecedor de água) e jogaram água quente sobre a vítima.
O preso teve queimaduras de primeiro e segundo grau no abdômen, peito, pernas e pênis. Depois disto, outros membros da facção ainda deram um mata leão na vítima e começaram a espancá-la. Quando estava quase desmaiando, o rapaz conseguiu gritar por socorro. Imediatamente, os agentes seguiram até o local.
Quando os agentes chegaram, encontraram os presos torturando a vítima. Foi solicitada a viatura de resgate do Corpo de Bombeiros, que encaminhou a vítima para o hospital. A equipe médica conseguiu estabilizar o paciente, que além das queimaduras teve afundamento da face.
Segundo a direção da cadeia, três adolescentes já assumiram que jogaram água quente na vítima após uma discussão. A ordem, segundo o próprio rapaz, teria partido de membros do Comando Vermelho, após a recusa do detento em obedecer a ordens dadas pela fação que tenta dominar a unidade.
O presidente do Sindspen, João Batista, disse que o local tem capacidade para 108 presos, mas conta atualmente com uma população de 250, sendo que grande parte deles é de alta periculosidade. Acrescenta ainda que a mesma não possui capacidade e nem efetivo para atender a demanda, precisando que os servidores se desdobrem em suas atividades para suprir a demanda e evitar acontecimentos como o relatado.Ainda conforme o Sindspen, a equipe da cadeia colocou em prática uma campanha antitabagismo e a facção proibiu os presos de participar do projeto que foi implantado na unidade. Foi realizada uma revista na cela, onde foram encontrados dois mergulhões e um cabo de rodo quebrado, que foi usado na agressão, além de cinco ‘chuchos’ (facas artesanais).
“Se não fosse rapidez do plantão seria terceira morte último três meses na unidade”, frisou Batista. O detento que foi queimado e torturado, segundo o sindicato, teria ido da cidade de Rondonópolis para ficar na cadeia apenas 30 dias, mas já tem um ano na unidade.
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