Segundo secretária do Tesouro, se não houver mudanças na Previdência, Brasil não cumprirá regra do teto de gastos
Por Raphael Costa
O Tesouro Nacional divulgou na última semana que a projeção do crescimento da dívida gerada pelo setor público pode atingir, até 2026, 80% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Para 2018, a estimativa é que a porcentagem atinja a marca de 74,8%. As informações foram publicadas no Plano Anual de Financiamento (PAF) da dívida pública.
ÁUDIO: Acesse a versão desta matéria para rádios
A secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, reforçou o discurso da necessidade de aprovação da reforma da Previdência, que tramita no Congresso e segue em discussão, mesmo durante o recesso parlamentar. “A reforma da Previdência é a primeira e mais importante reforma para impactar e beneficiar esse cenário de consolidação fiscal”, explicou. Segundo Ana Paula, sem mudanças significativas no setor previdenciário, o Brasil não cumprirá a regra do teto de gastos.
O dado divulgado pelo Tesouro Nacional corrobora o rombo bilionário da Previdência, apresentado pelo Ministério da Fazenda. De acordo com a pasta, somados, os gastos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e dos Regimes Próprios dos Servidores Públicos (RPPS) ultrapassaram o valor recorde de R$ 268 bilhões.
O secretário de Previdência do Ministério da Fazenda, Roberto Caetano, ressaltou a necessidade de mudanças no sistema previdenciário, diante do avanço dos números negativos. “A gente observa números do déficit da Previdência, que vem crescendo em um ritmo muito acentuado e uma Previdência muito desigual. Então, é necessário fazer uma reforma da Previdência para quebrar privilégios, para dar tratamentos iguais e obter as economias por meio das pessoas de renda mais alta e preservar os benefícios das pessoas de renda mais baixa”, acredita Caetano.
Seja o primeiro a comentar sobre "Reforma da Previdência pode amenizar dívida pública, aponta Tesouro"