Intenção é mostrar que o Estado tem condições de promover o desenvolvimento industrial de forma sustentável
Carol Sanford | Secom-MT
O Governo do Estado quer transformar a instalação de uma fábrica de celulose em Alto Araguaia (415 km ao Sul de Cuiabá) em um exemplo para atração de novos investidores para Mato Grosso.
O assunto foi debatido em uma reunião no Palácio Paiaguás, na segunda-feira (18.02), com a presença de representantes do Governo, do Ministério Público do Estado (MPE), da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), do Sistema S, Famato, Fecomércio, do município e da empresa Euca Energy.
De acordo com o secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, a intenção em apoiar a construção da fábrica de celulose, desde que respeitadas as legislações ambientais, é mostrar que o Estado tem condições de promover o desenvolvimento industrial com sustentabilidade.
“Queremos mostrar o interesse do Estado por esse projeto para que seja um marco de atração de novos investimentos. Por isso, convocamos essa reunião com todas as entidades e Ministério Público, para que eles entendessem o projeto e pudessem ver os benefícios que trará para o Estado”, comentou.
Carvalho pontuou que a instalação da empresa deverá ocorrer de forma planejada para que os impactos à região sejam mitigados, além de evitar prejuízos após a implantação, que deve ocorrer somente em 2021.
Durante a apresentação, o procurador de Justiça Luiz Alberto Esteves Scaloppe, do Ministério Público Estadual (MPE), demonstrou sua preocupação em relação aos impactos ambientais que a fábrica poderá trazer à região, além dos impactos sociais, já que Alto Araguaia é um município de pequeno porte.
Apesar disso, ele pontuou a importância de ações voltadas à industrialização no Estado e garantiu que irá acompanhar todas as movimentações para garantir a preservação ambiental.
Também estava na reunião a secretária de Estado de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, que destacou o empenho da Pasta para a concessão do EIA-Rima de forma conjunta com o MPE, para que sejam promovidas amplas discussões antes da emissão das licenças.
“Audiências públicas serão realizadas para que as entidades e a população de Alto Araguaia possam debater o assunto de forma que se possa mitigar os efeitos do empreendimento, tanto na questão ambiental, quanto no desenvolvimento que o município terá. A primeira será em março, em Alto Araguaia”, explicou a secretária.
O sócio da Euca Energy, Gilberto Goellner, informou que o projeto econômico do empreendimento já foi finalizado, faltando apenas as licenças ambientais para a implantação da fábrica de celulose. O investimento na indústria é de R$ 12 bilhões, mais R$ 1,2 bilhão, que serão investidos no plantio de eucalipto.
“Além da fábrica de celulose, o empreendimento também vai gerar energia elétrica, com o bagaço do eucalipto, e utilizar as condições de logística para escoamento da produção, como as estradas e a ferrovia que existem na região de Alto Araguaia, além da subestação de energia local. É um projeto com sustentabilidade econômica e social e tem todas as condições de fazer a integração entre as áreas de plantio e produção de celulose”, defendeu Goellner.
O prefeito de Alto Araguaia, Gustavo Melo, reforçou a importância da implantação do empreendimento para o desenvolvimento do município.
“Inicialmente, o projeto era pensado para o Estado de Goiás, mas com o apoio do Governo, conseguimos que esse investimento venha para o Estado. Esse empreendimento vai resolver o problema financeiro de toda uma região, não apenas de Alto Araguaia, como de Alto Taquari, Itiquira, Alto Garças, Araguainha e Ponte Branca, pois alcançará a todos esses municípios”, disse Melo.
“O Governo tem esse empreendimento como uma bandeira para a atração de novos investimentos. Queremos o sucesso desse projeto, pois servirá de exemplo para outros empresários, que por algum motivo chegaram a estancar propostas em Mato Grosso”, concluiu Mauro Carvalho.
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