ex-prefeito de Serra Nova Dourada (a 1.024 km de Cuiabá), Edson Yukio Ogatha (PSD), conhecido como “Japonês”, segundo a Polícia Federal, tinha um modus operandi parecido com o do ex-prefeito de Confresa (a 1.036 km de Cuiabá), Gaspar Lazzari, do mesmo partido. O recurso provido pelo ministério da Infraestrura, do Governo Federal, que deveria ter sido investido na construção de pontes de concreto, era desviado como propina junto às empreiteiras, e parte do valor era utilizado para pagar contas pessoais do ex-gestor municipal.
“O ex-prefeito também se enquadra até agora na mesma situação do ex-prefeito de Confresa, que recebia o recurso com a promessa de construir pontes na sua região e essas construções não ocorriam, o pagamento era feito e era distribuído entre eles, através de assessores, através de laranjas”, detalha o delegado Carlos Henrique Dangelo.
Ainda segundo ele, empreiteiras estão sendo investigadas, sendo que várias já foram indiciadas. “Existe a possibilidade de que colaborem”, pondera.
Na manhã desta quinta (22), agentes da PF amanheceram em frente à casa do ex-prefeito em Serra Nova Dourada para cumprir uma das ordens judiciais da 2ª fase da Operação Tapiraguaia. Japonês, que foi prefeito de um único mandato, ganhou as eleições de 2012 com 591 votos. Proprietário de um posto de combustível na cidade, Edson perdeu o pleito de 2016 para José Ocimar Gomes da Silva Aguiar (PSDB), que havia sido adversário do ex-prefeito em 2012.
Ozimar relata ao que, quando assumiu a prefeitura em 2017, encontrou pelo menos 11 projetos de obras na cidade, todos sem recursos em caixa. Entre eles estavam pontes de concreto. Outras obras também tinham sido iniciadas, mas não tiveram continuidade, como a reforma da praça central e uma quadra coberta em escola.
“O ex-prefeito concluiu duas pontes, das 10 projetadas. Mas, quando eu assumir a prefeitura, não tinha nenhum recurso em caixa em relação aos demais projetos”, afirma o prefeito Ozimar.
Segundo informações da PF, as investigações apontam que os supostos desvios de recursos públicos teriam ocorrido entre 2014 e 2016, e envolveu o suplente de deputado federal Valtenir Pereira (MDB), também alvo de buscas e apreensões nesta manhã, por ter sido o facilitador para que os recursos federais “chegassem” até as prefeituras.
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