PAULO BATISTA – “O GUERRILHEIRO DAS PALAVRAS” (IV)

“Não pergunte o que o seu país pode fazer por você, e sim o que você pode fazer por seu país”. Esta declaração é atribuída a um ex-presidente dos Estados Unidos da América do Norte, responsável pelo programa Aliança para o Progresso, criado nos anos 50 para auxiliar socioeconomicamente países subdesenvolvidos, inclusive o Brasil.

Entre as ajudas concedidas, o leite em pó, que vinha acondicionado em tambores de papelão com o timbre Aliança para o Progresso – EUA e distribuído em escolas públicas primárias.

Quanto à manutenção das crianças nas escolas, isto era de responsabilidade dos pais – afora um caso ou outro – desde taxa de matrícula, material didático e uniforme completo.

A locomoção entre suas casas e os grupos escolares onde eram matriculados era feita a pé; em companhia de pais ou sozinhas. Percorriam quilômetros até o destino; com suor lhes escorrendo pelo rosto, sorridentes, estavam prontas para as tarefas do dia e ainda lhes sobravam ânimo para os jogos de queimada à hora do recreio.

Algumas crianças trabalhavam em período pós aula e durante as férias; geralmente auxiliando seus pais em algum tipo de trabalho ou mesmo prestando serviços a outrem.

Estamos em outro século. Não há mais distribuição de leite em pó nas escolas públicas pela Aliança para o Progresso; agora é Merenda Escolar nossa e com cardápio variado. Pais de crianças de escolas públicas não precisam se preocupar mais com taxa de matrícula e tampouco com material didático; muito menos com uniforme.

Mudanças houveram. Crianças e jovens até certa idade não podem trabalhar, é lei; e o cumprimento das leis é o marco regulador da evolução de uma sociedade. Contudo, sem entrar no mérito da questão, pergunto: Por que permitem que crianças de algumas escolas públicas brasileiras andem de porta em porta vendendo bilhetes de rifas ou ingressos para eventos escolares?… Por que permitem-nas realizar pedágios pedindo dinheiro para determinado fim?…

Voltemos ao parágrafo segundo do presente estudo e analisemos: o clientelismo seria uma estratégia política? Até que ponto o clientelismo é prejudicial a uma sociedade? O Lulopetismo, inserido oficialmente nas páginas da História da República Federativa do Brasil a partir de 1 de janeiro do ano de 2003, teria utilizado da prática do clientelismo para fortalecer-se no poder? Há alguma relação entre clientelismo e lavagem cerebral?

Apalpando uma e outra páginas do jornal A Gazeta do Vale do Araguaia, página 2, edição 1.366 de 07 a 13 de abril de 2017, encontrei:

Anarquia generalizada
O zum, zum, zum dos palpiteiros recrudescem por todos os cantos do nosso País. Até os mais sensatos, honestos e equilibrados estão preocupados com os destinos da plebe ignara, que está vivendo das sobras oriundas dos poderes, constituídos. Como não falar, como não reclamar…

Os altos salários daqueles que estão nos poderes, alcançando e ampliando suas ramificações, até poderia ocorrer, se não fosse as outras benesses correlatas, também chamadas de verbas indenizatórias. Será que também não são tidos como trabalhadores, não são também assalariados.

É uma colocação que não quer calar: – por que os que ganham salário mínimo não tem direito a verbas indenizatórias, direitos a passagens, casas institucionais para morarem, enquanto vivos?

Segundo um estudioso o que dói é que eles buscam os aumentos dos seus ganhos tentando tirar dos que ganham menos.
Os impostos, cada vez mais arrochados, buscam tirar dos médios para inserir nos lucros dos ganhos dos remediados que querem cada vez mais tirar vantagem em tudo.

E a “briga” pelas vantagens continua acirrada, desde tempos idos, aumentando, assustadoramente os ganhos daqueles que procuram tirar proveito em tudo, a exemplo de políticos, de vários matizes.

Vale anotar que a balbúrdia, em tom maior, começou na era Lula (remember também Fernando Collor), onde muitos tinham a intenção de abocanhar bons resultados. Citar nomes de boleiros e cuequeiros, torna-se supérfluo, já que tudo é de domínio público.

Por outro lado, falar em políticos e empresários desonestos tornou-se uma discrepância das maiores, visto que os resultados práticos são pouquíssimos e seria zero, não fosse a intervenção do juiz Sérgio Moro, que felizmente está sendo copiado por outros abnegados e suas respectivas equipes.

Alguém pergunta: O que melhorou depois da Dilma? O que irá melhorar com a saída do Temer. Se é que ele pode sair, já que, segundo o colunista Josias, da Folha de São Paulo, o TSE busca porta de incêndio para livrá-lo do infortúnio.

Vamos simplificar: Caso saia o Temer, entra quem no seu lugar? Os denunciados presidentes da Câmara ou do Senado? E depois? Só mesmo as conversas de boteco para solucionar, até mesmo clamando pela interferência das Forças Armadas.

Em última hipótese entendemos que estamos precisando buscar ajuda do Chapolin Colorado…

Concluo o presente estudo deixando registrada profecia do profeta Omã, transmitida ao também jornalista Kraus Victor – pensador como Paulo Batista – que está no meu livro Coivaras Morada Além da Mata, publicado no ano de 2004: “a vós da Terra da Brasa lembrai-vos: quando o Gigante acordar do sono que dorme no Berço Esplêndido, Ele estará faminto, muito faminto. Sua ira será avassaladora. Seu furor será dirigido contra os parasitas que infestam seu reino; contra os vendilhões, os corruptos e os corrompidos. A justiça chegará como um relâmpago abrasador e será um grito só, que se ouvirá do Oiapoque ao Chuí”…

Nico Miranda – Jornalista escritor, Anistiado Político

Seja o primeiro a comentar sobre "PAULO BATISTA – “O GUERRILHEIRO DAS PALAVRAS” (IV)"

Deixe um comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado.


*