A implantação de uma Unidade de Referência Tecnológica (URT) e a adoção de tecnologia são os principais diferenciais da propriedade rural
Rosana Persona | Empaer-MT
No Sítio Santo Antônio, localizado na Comunidade Agrovila Ponce de Arruda, no município de Campo Verde (131 km ao Sul de Cuiabá), a produção diária de leite chega a 304 litros por dia. Com um plantel de 19 vacas da raça Jersey, a média é de 16 litros de leite por animal, superando a média de Mato Grosso que é de 5,92 litros de leite/dia/animal.
O engenheiro agrônomo da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Kenio Batista Nogueira, fala que foram apresentadas opções de alimentação para o gado com a produção de silagens com capim e grãos.
A adoção de tecnologias é o diferencial da área dos produtores rurais Roberto Roseghini e Cleonice Roseghini. A propriedade abriu as portas para os técnicos da Empaer, da Secretaria Estadual de Agricultura Familiar (Seaf), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Prefeitura Municipal para a implantação da Unidade de Referência Tecnológica (URT) do Leite.
A Unidade faz parte do Programa Pró-Leite, que busca a eficiência da atividade através de ações para melhorar a alimentação do gado e índices zootécnicos, minimizando os custos de produção para aumentar a renda da unidade familiar, dentre outros.
De acordo com Kenio, para o manejo dos animais foram destinados 2,5 hectares de capim Mombaça, divididos em 28 piquetes (pastejo), além de um hectare de capim Capiaçu e quatro hectares de milho, ambos para produção de silagem. Ele relata que o Capiaçu produz 200 toneladas por hectare ao ano.
Antes da implantação da URT, o produtor produzia seis mil quilos de matéria verde de milho e o custo de produção era em torno de R$ 120, a tonelada. Para complementar, comprava em média 10 toneladas de silagem de milho a um custo de R$ 180, a tonelada e não produzia silagem de Capiaçu.
Com a implantação da URT, o produtor passou a produzir na área 50 toneladas de matéria verde de milho com um custo de produção de R$ 52,44/tonelada. Também está produzindo 85 toneladas de matéria verde com o capim Capiaçu. Em 2018, os produtores venderam o excedente, em torno de 60 toneladas de silagem de milho no valor de R$ 180, a tonelada, tendo um lucro extra de R$ 10,8 mil.
Durante o período seco do ano, as pastagens tornam-se deficientes, sendo necessário o uso de uma fonte adicional de volumoso. Nogueira explica que neste período, as pastagens perdem seu valor nutritivo, reduzem sua produção de massa verde e aumentam seus valores de fibra detergente neutra (FDN), o que reduz o seu consumo em porcentagem de peso vivo pelos animais.
Os produtores tem intensificado o corte do capim com o objetivo de estocar alimento para o período de inverno e durante as mudanças das estações quando a oferta de pastagens está reduzida.
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