A velha guarda lembra doloridamente da empolgação que foi o advento da Sudam, onde Barra do Garças era o polo mais próximo do sistema viário do Sul maravilha daquela época.
Era a grande oportunidade do deslanche econômico e social do município, na época um dos maiores do mundo em área territorial, pois seria a localização ideal para um parque industrial dotado de todas as benesses e incentivos da Sudam.
O início foi mais do que alvissareiro, pois rapidamente foram protocolados dezenas de projetos industriais e de agroindústria, em busca dos recursos fartos e baratos.
O resultado, todos conhecemos, pois os empreendimentos quase nada ou nada saíram do papel, apenas sendo liberados os recursos que foram criminosamente embolsados ou aplicados nas matrizes das empresas envolvidas, principalmente paulistas, relegando ao município esqueletos ou prédios fantasmas que nunca produziram um único níquel de riquezas.
Junto com a promessa firmou-se uma das mais importantes e saudosas instituições barra-garcenses, conhecida como ACIA, sigla de Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Barra do Garças, que representava os empresários do nascente polo industrial, os do comércio, complementada pelo CDL, e da agricultura, à época voltados apenas para a pecuária.
O fiasco do polo industrial não derrotou a então sólida Associação Comercial, como era conhecida, e durante anos ela se manteve forte e atuante, sempre ombreando com o CDL, que focava especificamente os dirigentes lojistas.
O tempo, o sumiço de empresários fora do comércio varejista, a mania local de usar as instituições para fazer má política e o próprio declínio econômico e social de Barra do Garças levaram à mingua a ACIA e essa sucumbiu sem que sequer se notasse que ela havia acabado.
Hoje os tempos são outros e vemos surgir e crescer na região a agricultura de grãos, aproveitando os cerca de quinhentos mil hectares de pastos degradados, e, com ela, os primeiros empreendimentos de agroindústria.
E, com isso, estamos sentindo falta de uma instituição que congregue os neoempresários da atividade nascente, os tradicionais empresários que não pertencem ao comércio varejista e os empresários de serviços afins às atividades fim da associação.
Precisamos de uma nova ACIA para representar seus segmentos junto aos poderes públicos, mormente municipais e estaduais, que participe da proposta e elaboração dos planos de desenvolvimento econômico e social da região, que lute pelo direcionamento de recursos públicos para as atividades e que seja o meio campo de atração de novos empresários e empreendimentos para Barra do Graças.
Falta encontrar um líder congregador, que seja capaz de fazer renascer o sonho de uma representação forte e eficiente, preferencialmente dissociado da política partidária que faria o sonho virar pesadelo nas próximas eleições.
A ACIA tem que ser uma fênix e renascer das cinzas para pairar sobre a comunidade, resguardando a todos sob sua sombra.
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