Outro paralelo interessante para desfazer a sinistrose – ocasional ou proposital – é lembrar que em 1918, pelos registros disponíveis, morreram 35 mil brasileiros vitimados pela gripe espanhola, a pandemia que matou 50 milhões ao redor do mundo. Naquele ano a população brasileira era de 28,9 milhões de habitantes. Se dividido o numero de mortos pela população da época e multiplicado pela atual, teremos que, para comparar o atual acontecimento com o de 102 anos atrás, precisaríamos estar com mais de 250 mil mortes e não com as 20 mil ocorridas. Vinte mil é muito em se tratando de morte, mas é preciso cuidar da questão com racionalidade.
Felizmente, foi pacífica a reunião do presidente da República com os governadores, realizada, na quinta-feira. É o que a população espera daqueles em quem votou para representá-la. Presidente, governadores, prefeitos e seus auxiliares têm de unir esforços para o melhor encaminhamento de providências e ação integrada que cuide de combater os males da saúde, mas não se descuide da economia. É inconveniente correr o risco de levar à morte por fome ou miséria os que conseguiram salvar da doença.
As estatísticas dizem que a maioria dos brasileiros até hoje vitimados pela Covid 19 pereceu em razão de doenças pré-existentes e não por falta de vagas de internação e UTI, embora a disponibilidade desses recursos tenha atingido o nível crítico em alguns pontos do país. Os governantes precisam evitar medidas radicais como interrupções de trânsito, antecipação de feriados e outras restrições de resultados discutíveis. E, principalmente, não politizar a pandemia. Tenham a dignidade de esperar o seu fim para, então, voltarem à contenda político-eleitoral. O povo merece esse respeito…
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
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