Até onde vão nos levar as narrativas nem sempre mentirosas, mas sempre tendenciosas, discorridas pelos nossos políticos em todos os níveis de governo. A tentativa de manter seus índices de aceitação pública e evitar que fatos não muito bem explicados contaminem a fidelidade de seus eleitores, contam as suas versões sempre procurando esconder suas mazelas e destacar as dos adversários.
Até aí nada de novo, pois essa prática já vem sendo aplicada há várias décadas na política brasileira. O preocupante é que se tornou caso geral, deturpando a realidade e transformando a atividade política num grande engodo e uma prova do maucaratismo da classe.
A situação é tão grave que, o que antes era uma característica das chamadas velhas raposas, hoje de disseminou entre todos os níveis dos eleitos e portadores de cargos públicos nesse país, transformando-se numa matéria a ser aprendida ainda nos primórdios da carreira política. Nunca antes no Brasil, parafraseando Lula, se viu tal monta de mentirosos ou falseadores da verdade, cada vez mais cínicos e descarados.
É tão desagradável vermos nossos representantes eleitos e aqueles que dirigem as instituições públicas esfregarem na nossa cara as mais deslavadas mentiras, ou meias mentiras, repetindo tantas vezes quanto necessário para se transformarem em verdades aos menos avisados.
Talvez a maior responsável por essa distorção na personalidade pública dos brasileiros é a nossa Justiça, inoperante, falha, venal muitas vezes, apadrinhadora outra vezes, que não leva em tempo hábil à final decisão as causas sob sua análise e responsabilidade, aumentando contínua e constantemente a descrença popular nos resultados do poder Judiciário e incentivando os malversadores a continuar suas práticas por se sentirem impunes.
A maior prova é a nulidade dos efeitos das chamadas operações mensalão e lava-jato, que, em algum momento fizeram o povo acreditar que alguma coisa estava mudando ou ia mudar nesse Brasil.
Bastou uma pandemia que servisse de desculpa para criar as situações de emergência na administração pública e imediatamente vimos voltar à ativa aqueles cleptomaníacos que não podem ver um centavo do erário público sem que avancem como um petisco irresistível e disponível.
Para consertar o Brasil muitas reformas serão necessárias, mas a mais importante é a do Judiciário, que permita uma punição exemplar aos faltosos em tempo hábil, que não encubra os males feitos de seus apadrinhados e corruptores e que não permita que nenhum de seus membros seja colocado em seus cargos e funções por nomeação política.
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