Pesquisadores brasileiros entram no páreo para a produção de vacina contra a Covid-19

Com o anúncio da parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac para a produção e testes de um imunizador contra o novo coronavírus, o país entra no páreo para o desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19. Caso os testes tenham êxito, vacina estará disponível no primeiro semestre de 2021.

Brasil 61/Paulo Oliveira

Pesquisadores de todo o planeta correm contra o tempo para desenvolver uma vacina contra a Covid-19 o mais rápido possível. Na última semana, o Brasil entrou no páreo, com o anúncio do governo de São Paulo da parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac para a produção e testes de um imunizador contra o novo coronavírus.

Batizada de CoronaVac, a vacina foi administrada com sucesso em cerca de mil pessoas na China nas duas primeiras fases clínicas de testes. Antes disso, o imunizador já havia apresentado êxito em testes laboratoriais e em macacos. O acordo assinado entre o Instituto Butantan e a empresa chinesa prevê a testagem de 9 mil brasileiros no último estágio para que a vacina seja liberada.

Segundo Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan, caso os testes sejam bem sucedidos e a Anvisa aprove a distribuição da vacina, o país terá capacidade de produzir o produto em grande escala. “Em um primeiro momento, a vacina poderá vir da China, que já tem a [capacidade de] produção em grande escala e, num segundo momento será produzida no Butantan”, disse Covas em coletiva de imprensa. 

A vacina contra o coronavírus estudada no Instituito Butantan é produzida com fragmentos desativados da doença. A aplicação do imunizador em humanos faz com que o sistema imunológico passe a produzir anticorpos contra o agente causador da Covid-19.

O Instituto Bio-Manguinhos, unidade produtora de imunobiológicos da Fiocruz, também está no páreo e afirmou que está conduzindo um projeto de vacina sintética contra o coronavírus, ou seja, feita com proteínas do vírus produzidas em laboratório. Segundo a entidade, entre as razões pela escolha da produção de uma vacina sintética, está o baixo custo desse tipo de imunizador. 

Cientistas e pesquisadores ainda não sabem a quantidade de tempo em que pessoas curadas do novo coronavírus ficam imunes à doença. Para o médico Hermeson Luz, especialista em doenças infecciosas, o desconhecimento como a Covid-19 age no corpo humano é uma das principais para a criação de uma vacina. 

“Tem menos de um ano que a doença está no nosso meio, quanto tempo dura a imunidade, não sabemos. Se a imunidade vai ser duradoura, se ela vai durar um ou dois anos, a vida toda, 90 dias. Por isso a procura de uma vacina é uma esperança para conter a disseminação da doença.”

Perspectiva

Segundo o Instituto Butantan, caso todos os testes da vacina sejam sucedidos, estará disponível no primeiro semestre de 2021. Por outro lado, a Bio-Manguinhos afirma que a vacina em produção pela entidade não estará pronto antes de 2022. A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que atualmente cerca de 130 pesquisas de vacinas contra a Covid-19 estão em andamento em todo o planeta e ao menos 10 vacinas estão na fase de estudo clínico, quando humanos são testados.
 

 

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