Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS visa tornar a rede integrante ainda mais eficiente e capaz de oferecer mais qualidade no cuidado integral às pessoas com hanseníase
Fernanda Nazário | SES-MT
Profissionais da saúde de Mato Grosso podem participar, até a próxima segunda-feira (13), da enquete sobre o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de hanseníase, elaborado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).
Os interessados em participar da pesquisa devem acessar este link e fazer o registro de suas contribuições. O objetivo da iniciativa é auxiliar os profissionais e gestores na tomada de decisões referentes às questões que apresentem variabilidade na prática clínica ou nas incertezas científicas quanto à eficácia, segurança, custo-efetividade e aplicabilidade do tratamento às pessoas com hanseníase.
Conforme explica a coordenadora de Atenção às Doenças Crônicas da Secretaria Estadual de Saúde, Ana Carolina Landgraf, a enquete é a primeira fase de um possível protocolo clínico.
“Esta etapa é de suma importância, uma vez que a partir da enquete serão analisadas as contribuições pelos especialistas na área, ajustada a versão preliminar com a incorporação ou não das contribuições e, finalmente, ocorrerá a aprovação final. Uma vez aprovado, o PCDT é incorporado ao SUS, com a oferta dos medicamentos que constam no protocolo do Ministério da Saúde, bem como definidas as responsabilidades de todos os gestores e trabalhadores da saúde quanto a aplicação do protocolo”, explica Landgraf.
A gestora esclarece que, ao longo dos anos, não houve a apresentação de um protocolo clínico que segue as normativas do Conitec, mas com a união das áreas técnicas do Ministério da Saúde, sociedades médicas e o movimento de reintegração das pessoas acometidas pela hanseníase, o Conselho de Tecnologia de Saúde incorporou este importante a construção desta enquete.
Landgraf destaca a importância da participação dos profissionais da saúde de Mato Grosso na enquete, tendo em vista que o Estado lidera o ranking em número de novos casos de hanseníase no Brasil. Em 2018, foram registrados 4.713 casos, o que corresponde a uma taxa de detecção de 134,1/100.000 habitantes e, por esse motivo, é reconhecido como hiperendêmico.
“Quando bem articuladas estas competências profissionais, o resultado é mais segurança para as pessoas acometidas pela hanseníase, melhor adesão ao tratamento e melhor integração dos demais profissionais das equipes de saúde. Todos convergindo para os mesmos propósitos, o que fatalmente determinará ajustes na linha de cuidado da Hanseníase pelos setores envolvidos com a atenção à saúde. Todos ganham neste processo e por isso a importância da participação de todos”, avalia a coordenadora.
Sobre PCDT e enquetes
Os Protocolos e Diretrizes do Ministério da Saúde são documentos que visam à garantia das melhores práticas para o diagnóstico, tratamento e monitoramento dos pacientes no âmbito do SUS. Os PCDT incluem recomendações de condutas clínicas, medicamentos, produtos e procedimentos nas diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde.
As Enquetes dão mais publicidade e transparência ao trabalho de elaboração de PCDT, desenvolvido pela Conitec. Elas são disponibilizadas como consulta prévia, ainda na primeira etapa de construção do PCDT, para que possa ser discutida uma proposta inicial, de forma a identificar aspectos que podem não ter sido considerados anteriormente.
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