VAMOS FALAR DE ELEIÇÕES

Frederico Lohmann

Definidas as novas datas das eleições municipais deste ano, cabe agora abrir nossa pauta sobre a importância do pleito municipal para a cidade e para o município.

Acreditamos que quanto mais informado o eleitor for, melhores serão as suas opções de escolha, sem que façamos com essas informações instrumentos direcionados de campanha, pró ou contra.

Em conversas descompromissadas no dia-a-dia com os eleitores pudemos observar uma tendência preocupante, que pode colocar as próximas eleições em Barra do Garças como uma das mais desinteressadas da história. Os muitos eleitores que contatamos se dizem desacreditados na política local, insatisfeitos com os eventuais candidatos, principalmente para prefeito, e desmotivados para qualquer militância em prol das próximas eleições.

As poucas propostas de plano de governo para os candidatos à Prefeitura e o trabalho pífio apresentado pelos atuais vereadores e também candidatos à reeleição, não nos garantem qualquer qualidade dos postulantes a candidato. Os novos candidatos à vereador não apresentam currículo significativo em sua atuação político-social, nem vemos se apresentarem como líderes efetivos de suas comunidades ou grupos políticos.

Para prefeito ainda temos uma condicionante negativa que é o grande risco jurídico que se mostra hoje o cargo de prefeito, onde, ao fim do mandato, dificilmente responde por menos de cinquenta processos por improbidade administrativa ou malversação dos recursos públicos.

Não estamos afirmando que esses processos procedem e todos representam verdadeiramente atos reprováveis dos portadores dos cargos, mas sim que, hoje, por qualquer motivo se denuncia um gestor público, a Justiça recebe e processa as denúncias e a imprensa avidamente condena o indiciado. Isso ocorre unicamente por causa de uma legislação complexa e mal elaborada e, também, pela baixa capacidade da maioria dos funcionários municipais na realização de suas obrigações com eficiência e presteza e todos os seus eventuais erros ou enganos são imputados ao primeiro mandatário, ordenador das despesas.

É muito difícil no atual quadro jurídico-político se encontrar bons candidatos dispostos a correr o risco de manchar seu currículo para dirigir a cidade, sem que as vantagens lícitas auferidas compensem a decisão. O mais comum é encontrarmos candidatos despreocupados com essas possibilidades, por terem seus currículos nebulosos ou por preferirem correr o risco em busca do ganho fácil.

Frederico Lohmann é arquiteto e consultor

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