ELEIÇÕES 2020

Foto: Reprodução

Uma das decisões mais difíceis que temos que tomar a cada quatro anos é escolher nosso candidato à Câmara municipal, embora, para a maioria dos eleitores, essa decisão não se mostra tão difícil, pois não percebem a importância de escolher um candidato pelo seu potencial de fazer pelo município.

Os vereadores normalmente não são escolhidos pelo seu currículo ou capacidade social ou intelectual. Se pesquisarmos os motivos que levaram os eleitores a votar em seus candidatos ao Legislativo, verificaremos que foi por amizade, indicação da madrinha, pedido da vovó ou para atender à solicitação de um companheiro de pinga.

Quando um candidato inteligente, com discernimento para analisar as propostas legislativas e interessado no desenvolvimento do município, é eleito, isso acontece por pura sorte, pois o eleitor não busca essas características no momento de sua escolha. O resultado é, normalmente, uma Câmara improdutiva e buscando interesses outros que não sejam aqueles para o qual foram colocados na cadeira legislativa.

A crônica dos Legislativos neste país nos traz a história daquela vereadora que levava uma penca de bananas embrulhada em papel de jornal para as sessões, e a consumia durante os trabalhos, totalmente alienada daquilo que se discutia ou votava. Na hora da votação virava para o mentor ao seu lado e perguntava se votava sim ou não.

Outro caso histórico é de um vereador de múltiplos mandatos e várias presidências da Casa que detinha centenas de carnês do INPS de seus eleitores de cabresto, que pagava a contribuição religiosamente e garantia os votos mínimos para a perpetuação no cargo, que assim fez até final aposentadoria aos quase noventa anos.

Um bom exercício de cidadania é fazermos um balanço dos trabalhos realizados pela atual legislatura, verificando quantas leis foram propostas pelos membros da Casa e aprovadas, quantas intervenções importantes impediram atos tresloucados do Executivo ou quanto colaboraram para o orçamento municipal e fiscalizaram sua execução. Temos a certeza que os resultados das pesquisas serão ínfimos e ultrajantes, em face do custo exorbitante do Legislativo nos recursos municipais.

Já ouvimos propostas que deveria haver uma seleção intelectual e social para determinar os possíveis candidatos a vereador no município. Somos totalmente contra, pois o fato de pertencer às elites não é fator preponderante na escolha, principalmente quando sabemos que a elite já leva o caminho das pedras para dentro do Legislativo, ampliando as malversações e maracutaias.

Defendemos com unhas e dentes a diversidade de candidatos, procurando distribuir as cadeiras entre o máximo possível de representantes de segmentos diferentes, que poderão, com isso, obter uma maior discussão dos assuntos em análise. Porém é imprescindível que os escolhidos tenham um mínimo de discernimento, um máximo de honestidade e uma dose de cultura que não os coloquem entre os deficientes mentais que muitas vezes chegam ao Legislativo.

Da Redação

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