Certificação sanitária de origem da agropecuária de MT é prioridade do Indea

- Foto por: GComMT/Junior Silgueiro

Autarquia tem cumprido ações do Plano Estratégico do Mapa e da OIE

Julianne Caju | Sedec-MT

Das 42 ações que compõe o Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA), 14 já foram cumpridas em todo o estado de Mato Grosso. A equipe gestora composta por instituições públicas e privadas, presidida pelo Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT), tem trabalhado desde o ano de 2017 para cumprir todas as exigências do plano estratégico até o ano de 2022, data prevista para a certificação do estado livre de febre aftosa sem vacinação. 

“Mato Grosso não registra nenhum caso de febre aftosa desde 1996. A retirada da vacinação contra a doença, de forma coordenada e gradual, resultará em uma economia anual de R$ 86 milhões. Além disso, abrirá novos mercados para a carne mato-grossense. Estamos preparados para esta nova etapa da pecuária no Estado”, afirma César Miranda, secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico. 

Segundo Felipe Peixoto, médico veterinário do Indea/MT, a garantia para o recebimento desse status sanitário passa pelo cumprimento das metas do plano estratégico, do fortalecimento das ações, do alcance da nota necessária na auditoria do Serviço Veterinário Oficial (SVO) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e eficiência nos serviços de defesa animal. 

“Precisamos dar sustentabilidade ao processo para a manutenção do status livre sem vacinação. Após o cumprimento de todas as etapas, será submetido o pleito para alcançar o status de livre sem vacinação com reconhecimento internacional pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). A certificação só é entregue mediante o cumprimento de rigorosos critérios do Mapa e da OIE”, explicou Felipe. 

O plano de ação do PNEFA compreende estratégias antes, durante e após a certificação livre sem vacinação. De acordo com o veterinário, estão previstas ações para mitigar os riscos.  “Os estudos de circulação demonstram ausência do vírus da febre aftosa há anos. Com o fortalecimento do serviço da defesa sanitária e animal, com o cumprimento das metas propostas pelo plano e com a colaboração do produtor com notificação de suspeita de doença de forma imediata ao Indea, acreditamos que daremos sustentabilidade do processo e uma mitigação das vulnerabulidades. Toda a cadeia produtiva está ciente que a retirada da vacinação, bem como a manutenção do status depende do comprometimento de todos os envolvidos”. 

Quanto à preocupação com a fronteira seca entre Mato Grosso e Bolívia, Felipe esclarece que há anos é feito um monitoramento com rigidez dos animais do país vizinho e que este também está buscando o status de livre de aftosa sem vacinação. 

E sobre uma possível reintrodução da febre aftosa em Mato Grosso, Felipe explicou que o plano prevê todas as medidas para identificação e para debelar um possível foco, com aumento da vigilância passiva, no caso do pecuarista, e da vigilância ativa, dos órgãos de fiscalização, monitoramento e defesa sanitária. 

Para atuação nesses casos existe um plano de contingência e treinamentos em emergência sanitária. Os produtores têm que estar bastante atentos e qualquer suspeita de doença no território mato-grossense, notificar imediatamente ao Indea, que por sua vez realizará atendimento e avaliará o caso. “Existem várias ações e toda uma estruturação para atendimento dessas ações no caso de emergência sanitária. Inclusive a previsão das interações com outras instituições, como defesa civil, segurança pública e iniciativa privada”, finaliza o especialista.

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