Prefeito de Aragarças declarou que decisão do Conselho Regional de Medicina de Goiás não respeitou a população do município em plena pandemia
Andrezza Dias/Da Redação/Semana7
Desde a segunda-feira (23), um auto de interdição ética fixado na porta do Hospital Municipal Getúlio Vargas, em Aragarças (GO), repercutiu pela cidade e causou uma situação desconfortável entre o prefeito José Elias Fernandes e o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (CREMEGO). A medida do conselho interditou o trabalho dos médicos que atuam na unidade após uma vistoria realizada em outubro.
No documento assinado pelo presidente do CREMEGO, Dr. Paulo Roberto Cunha Vêncio, foi informado que a decisão teve o objetivo de preservar a dignidade do atendimento à população e a segurança do ato médico.
Indignado, o prefeito José Elias esteve no local e rasgou o auto pedindo respeito com o município que, segundo ele, tem feito um bom trabalho diante da pandemia do novo coronavírus.
No vídeo que circula nas redes, o prefeito explica que não houve notificação prévia sobre a interdição ética no hospital. “Em plena pandemia e com o hospital atendendo todo mundo. Aliás, nós merecemos aplausos do estado por sermos um dos municípios mais eficientes na cura dos pacientes com Covid. Não aceito essa afronta Do Conselho Regional de Medicina. Respeitem Aragarças, respeitem o prefeito!”, declarou José Elias.
A interdição ética do trabalho de médicos é um procedimento que permite ao Conselho Regional de Medicina impedir o profissional de exercer suas funções em estabelecimentos de saúde que não apresentem as condições mínimas de prestar assistência médica e hospitalar com a necessária segurança que requer o ato médico.
Menos de 12 horas após a notificação do CREMEGO, o Departamento Jurídico do município conseguiu a desinterdição ética do hospital. Segundo a secretária de Saúde de Aragarças, Dana Vilela, a situação ocorreu porque cinco dos 28 médicos que atuam no hospital municipal de Aragarças possuem inscrição no Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso. Estes profissionais foram afastados das funções no hospital até darem início ao processo de inscrição secundária no Conselho Regional de Medicina de Goiás.
Dana explicou que ao assinar o contrato, o médico com CRM de outro estado tem um prazo de três meses para se inscrever no CREMEGO, no entanto, mesmo com a cobrança ainda havia cinco profissionais com o registro apenas de Mato Grosso.
O chefe de Gabinete de Aragarças, Wladimir Marcelo, ressaltou que a interdição ética do trabalho dos médicos não interferiu no funcionamento da unidade hospitalar que continuou atendendo a população, pois a situação não envolvia questões jurídicas.
Seja o primeiro a comentar sobre "Interdição ética em hospital de Aragarças irrita José Elias e causa ‘desconforto’ com CRM"