Falta de representação

“Quem não tem cachorro, caça com gato, ou fica sem caçar?”. Isto passa a ser até uma colocação sem nexo, visto que os tempos são outros e as caças ficaram raríssimas e até certo ponto proibidas, em certos países e até certas regiões.
Citadas colocações aqui feitas tem como objetivo fazer um comparativo com o que tivemos e o que temos atualmente, politicamente falando.

Diz velho ditado que viver o passado é sofrer (ou sorrir) duas vezes. Isto, claro, depende muito do tema a ser abordado, já que os tempos são outros.

Em se tratando de política temos que também pensar duas vezes porque não soubemos aproveitar os momentos das “vacas gordas”, como se coloca em algumas situações aqui no Vale do Araguaia, o nosso querido Leste Mato-grossense.

Em tempos idos, ou seja, por volta dos anos 70 e 80, as nossas forças políticas foram enriquecidas por circunstâncias diversas. O Leste de Mato Grosso depois da divisão do Estado passou a ser a bola da vez. Foi nesse período que nossa representação política era grande. Se era de Barra do Garças e região do Vale do Araguaia tínhamos todas as portas de Cuiabá abertas.

Por volta de 85 e 90 chegamos a ter uma representação política bastante intensa, fazendo parte da cúpula um governador (Wilmar Peres) e um presidente da Assembleia (deputado Roberto Cruz, que também assumiu o governo por 15 dias).

Também tivemos no período mais três deputados e muitas outras lideranças assinaram diversas secretarias, além de cargos de segundos e terceiros escalões.

Fizemos a festa, mas não soubemos beber a água limpa. A ganância falou mais alto e cada um queria aparecer mais que os outros nas esferas usadas, ao invés de se unirem em torno dos objetivos comuns, ou seja, o progresso do Araguaia.

Os anos passaram e perdemos a supremacia dos mandos para o chamado “Nortão” que, inteligentemente, souberam usar corretamente a palavra união.

Aliada a esta grande perda tivemos ainda o desmoronamento da Coopercana, pelo mesmo motivo (falta de coerência administrativa para não dizer outras coisas), após a morte prematura do deputado federal e líder criador da cooperativa Norberto Schwantes.

De lá para cá o Araguaia foi perdendo sua força política até ficar no estágio tão bem conhecido de todos que aqui residem.

Necessário relatar que também somos culpados por tudo que aconteceu e vem acontecendo, pois a ganância passou a falar mais alto e passamos a sermos usados pelos políticos forasteiros que passaram a “comprar” prefeitos, vereadores e cabos eleitorais com emendas e outras benesses tão bem conhecidas de todos.

O que precisamos e estamos reativando, e termos lideranças políticas sérias e voltadas para o bem estar do Vale do Araguaia. Ainda é tempo de darmos a volta por cima. Já começamos, inclusive, com a escolha de novos e autênticos prefeitos que estão demonstrando que querem um novo recomeço. Estamos juntos… (Paulo Batista de Melo – Editor)

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