Versão Impressa – A Gazeta do Vale – Edição 1614 pag 01
Versão Impressa – A Gazeta do Vale – Edição 1614 pag 06
“É com grande felicidade que recebo a honra de ser cidadã barra-garcense. Para mim é uma emoção muito grande, que me traz alegria e também responsabilidade. Barra do Garças é uma cidade que amo muito.”
Assim começou a fala de Margherita Detomas, jornalista investigativa e pesquisadora italiana que recebeu nesta última quinta-feira 22 de junho o Título de Cidadã Barra-garcense, na sede da Câmara dos Vereadores.
Ela é membro da Sociedade Geográfica Italiana e membro da Sociedade Geográfica Real de Londres. Recentemente virou correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.
Formou-se em Letras e Filosofia na Universidade de Trento com tese de pesquisa em Antropologia.
Sua biografia é rica em experiências em seu ramo, que é o jornalismo e a escrita, mas também como documentarista, com os muitos documentários feitos para RAI, rádio e televisão italiana.
https://www.cinemaitaliano.info/pers/014062/margherita-detomas.html)
Ainda jovem, escreveu um ensaio histórico-artístico de sua região, Trentino (para a editora Quadratum de Milão). Ela então publicou os resultados de sua pesquisa em Mato Grosso, desde que chegou há 26 anos, em seu livro de sucesso “Cidades Invisíveis” (Edizioni Writeup Site de Roma). No site pessoal dela você pode encontrar todas as informações: www.margheritadetomas.com
No discurso ela especifica:
“Minhas pesquisas começaram em junho do 1996, quando cheguei na velha rodoviária pela primeira vez junto com o pesquisador Timothy Paterson, sobrinho-neto do lendário Coronel Percy Fawcett que desapareceu misteriosamente nessa região em 1925. Lembro que tinha somente estrada de chão, mais a minha primeira impressão foi que me senti em casa. Essa sensação tenho até hoje.”
Em Barra tenho muitos amigos de longos anos que me ajudaram e ficaram perto de mim nessa aventura ítalo-brasileira. Também essa noite estão aqui, e a eles todos dedico essa honra, juntamente a Timothy Paterson que me trouxe para cá.
Além do trabalho do britânico Paterson, também escritor e pesquisador, minhas pesquisas foram publicadas pela primeira vez na Itália em 2004, 18 anos atrás, em jornais e revistas nacionais de cultura, viajem, turismo e arqueologia, como “Archeomisteri” e “Misteri della storia”. As matérias são muitas”.
Apaixonada por arqueologia, etnologia e exploração, especialmente aquelas realizadas “no campo” devido a essa investigação iniciada em 1992, ela abordou o Brasil. Apresentou os primeiros resultados das pesquisas desde 2004 em congressos internacionais do CIRPET ao qual pertence (Comitê Interdisciplinar de Pesquisa Histórica e Tradicional).
Há dois anos atrás ela lançou o livro “Città Invisibili” por enquanto em italiano, e agora vai ser traduzido em português.
Ela apresentou sua obra dedicada ao Mato Grosso em muitos lugares prestigiosos na Itália, na sede institucional da Sociedade Geográfica Italiana, na belíssima Villa Celimontana em Roma, na sede do Muse em Trento (Museo das Sciençias), na prestigiosa Cortina, Milão, em Sicilia e Sardegna, em vários Festivais de cinema e da literatura e em eventos ligados às Archeoclub que existem na Europa. Muitos jornais fizeram matérias sobre “Città Invisibili” , radio, televisões e sítios no web italianos destacaram nossa região e o Mato Grosso, que viraram muito conhecidos na Itália. A pesquisadora continua no seu discurso:
“Meu ensaio é dedicado à grande Humanidade do Mato Grosso e à seus Protagonistas, partindo das pegadas do Coronel britânico Percy Fawcett, que desapareceu na busca de uma cidade ou de uma civilização antiga; depois fiquei junto e nas pesquisas de Timothy Paterson, o sobrinho-neto dele, que continuou e consolidou o trabalho começado precedentemente.
Também quis colocar no livro o trabalho dos pesquisadores brasileiros do passado e do presente, lembrando os moradores dessa grande região, os missionários, e os Índios que foram envolvidos nessa historia lendária e enigmática.
O trabalho da pesquisadora foi longo mais de 20 anos e começou buscando os documentos nos arquivos onde podia ter informações sobre os fatos que aconteceram aqui no Brasil. O Coronel era correspondente de uma aliança de Jornais que espalharam as noticias das ultima expedições do ano 1925 no nosso país, mais também no Nord America, na Inglaterra e na Europa. Assim continua Margherita:
“Pelas pesquisas históricas sou profundamente grata ao arquivo do Estado de Mato Grosso, à Biblioteca Nacional de Rio de Janeiro, às instituições brasileiras, do Nord America e de Londres que me deram a possibilidade de consultar os arquivos, também fora do horário comum, e de trazer luz sobre os fatos que narrei na obra, e que daqui a pouco posso colocar a deposição do Brasil.”
Contemporaneamente com os trabalhos de pesquisas de documentos antigos, e depois do falecimento de Timothy Paterson, ocorrido em 2004, ela continuou se concentrando na busca dos vestígios arqueológicos e paleontológicos do Mato Grosso e do outros Estados do Brasil, visitando atenciosamente também o Perú.
“Pelas pesquisas de campo aqui no Mato Grosso meu agradecimentos vão para a Prefeitura de Barra do Garças, à todos os Prefeitos que tive a honra de conhecer pelo apoio nos projetos, as autoridades como a FUNAI, a SEMA ( que antes era FEMA, com o amigos de longos anos Durval Ferreira, Ataíde Ferreira, Milton Mendes) que ficaram junto nas pesquisas de vestígios, inscrições e pinturas rupestres, muros ciclopicos, e tudo aquilo que o mais antigo passado deixou nessa terra abençoada.
O livro é também dedicado à querida Barra do Garças onde sempre encontrei pessoas de coração aberto que ficaram perto de mim nesse trabalho, que ainda não terminou”.
Margherita adora Barra do Garças, e se pode encontrar ela muito frequentemente nas Águas Quentes, nas cachoeiras, ou na natureza.
“Desde minha primeira vinda fiquei encantada pela grandíssima alma que abrange essa cidade. Viajei em outros lugares do Brasil, mas sempre tive Barra do Garças no coração com uma sutil e intensa atração. Por isso sou eu a agradecer Vocês, que nessa cerimônia representam a cidade toda, pelo carinho que sempre encontrei, pela saúde e força vital que me deu o lugar e a sua natureza, pela luz vibrante que tem somente aqui, pelas forças das águas e do mato, as cachoeiras, o paraíso das águas quentes, que me restituíram a saúde. Vocês tem recursos que outros países do mundo não tem, ou não tem mais. O mundo de onde eu estou chegando fez e faz ainda muitos erros, espero que esses erros não cheguem aqui.
Um dos patronos de Brasília, o Santo italiano Giovanni Bosco sonhou que o Brasil seria um lugar da Terra Prometida, outros falaram que o Brasil é o Coração do Mundo. Então é evidente que o Mato Grosso è o Coração do Brasil. Fico a disposição para ser uma ponte, também de informações nesse particular momento da Historia. Encontrei uma rocha gêmea da pedra S.S. Arraya na Sardegna, uma Ilha da Itália. Isso é somente o começo. Como consideração final, por ter a oportunidade de visitar lugares maravilhosos e de conhecer pessoas extraordinárias, quero falar minha gratidão para o Criador de tanta Beleza.
Com muita Estima, Carinho e Gratidão,
Margherita Detomas
Barra do Garças 22 de junho 2022
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