Concessão, a modernidade nos aeroportos

A transferência do Aeroporto de Congonhas – o mais movimentado do país – à iniciativa privada é um grande passo econômico e demonstração de que o mercado aéreo brasileiro é economicamente viável e, sem as amarras  da coisa publica, poderá desenvolver os terminais a eles agregando serviços e negócios para bem atender ao passageiro. A vinda de uma operadora espanhola, que pagou ágio de 231% pelo aeródromo paulistano mostra o vigor do empreendimento, Com a operação privada o aeroporto deixará de ser apenas o local de embarque e desembarque e se transformará num vigoroso centro de comércio e serviços. E os recursos públicos que hoje ali se investe, o governo poderá destinar à melhora ou ampliação de serviços públicos de sua competência à população. Junto com Congonhas foram concessionados nesta quinta-feira outros 15 aeroportos e outros ainda passarão pelo processo. Como ônus ao poder publico só poderão permanecer os que tenham  importância estratégica e, eventualmente,  não encontrem interessados privados.

O transporte aéreo é importante, principalmente num país de dimensões continentais como é o nosso. Mas tem de ser desenvolvido e atualizado para não se configurar como atividade de elite. Além dos serviços destinados às classes privilegiadas, deve incentivar as companhia de baixo custo e com isso multiplicar o número de passageiros transportados. O avião, pela sua rapidez, com o tempo, deverá absorver uma boa parcela dos passageiros que hoje lotam os ônibus e congestionam as rodovias por utilizarem o automóvel.  É importante lembrar que o avião também é um eficiente movimentador de cargas de alto e médio valor agregado e que precisam chegar logo ao destino.
Há muito o Brasil carece de uma remodelação nos modais de transporte. É problemático termos a maioria das cargas – e também dos passageiros – dentro do modal rodoviário. O ideal é que as cargas de urgência e alto valor agregado viajem de avião, as de menos valor e nem tanta urgência sigam de trem e, quando isso for viável, também utilizem as hidrovias e a costa marítima. São todos sistemas mais eficientes e menos onerosos que o rodoviário. O caminhão, no dia que tudo for remodelado, deixará de cruzar o território nacional, ficando reservado para o transporte das cargas do terminal de desembarque até o comprador ou a indústria transformadora (no caso das matérias-primas).

O trem, que no passado foi o grande meio transportador, pereceu por falta de investimentos e má administração, pois todas as ferrovias tornaram-se públicas e, como tal, carentes de atenção e modernização. As concessões realizadas nos anos 90 tiveram problemas e mais recentemente o governo encontrou na concessão à iniciativa privada o caminho de reativar o trem, uma tarefa começada pelo Brasil Central, que logo se estenderá às áreas de concessão das antigas ferrovias, parte delas hoje inativas ou subutilizadas. Os novos trechos ferroviários concedidos serão construídos e operados pela empresa privada, ficando o governo apenas com a normatização e fiscalização da operação.

No mundo globalizado, não podemos continuar mantendo o estado-empresário. O dinheiro público deve ser aplicado em serviços que o governo tem a obrigação legal de prestar à população ou são de necessidade estratégica e não existem particulares interessados ou em condições de realizá-los. Todo o resto tem de ser privado porque dessa forma funcionam dentro do equilíbrio econômico e evitamos o empreguismo e outros males que drenam o dinheiro dos impostos para sustentar cabos eleitorais, privilégios indevidos e até a corrupção. Petrobras, Eletrobrás, Correios, e todas as empresas onde o governo tem recursos investidos precisam, urgentemente, ser privatizadas. E o dinheiro arrecadado investido socialmente para a melhora da qualidade de vidas do povo, conforme prega o ministro da Economia, Paulo Guedes…

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) 
aspomilpm@terra.com.br        

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