Como fazer bom uso da campanha eleitoral

É muito comum ouvirmos pessoas se dizendo desencantadas e afirmando não pretenderem votar porque o voto não muda em nada a situação. Também é recorrente a afirmativa de que os que não gostam têm de se conformar ao serem governados pelos escolhidos dos que gostam de política. É bom lembrar que o extremismo e a radicalização não conduzem a lugar algum. A eleição é o único momento – a cada quatro anos – em que o cidadão comum tem a oportunidade de interferir por mudanças na situação no País, no Estado e no município. Faltar à votação ou votar branco ou nulo – o que tem ocorrido em maior percentual a cada eleição que passa – não é a solução para o desencanto com os políticos.

Desde o último dia (26), os candidatos a presidente, governador, senador e deputados federais e estaduais estão no rádio e na televisão pedindo o voto do povo. É interessante que, em vez de desligar o aparelho na hora do horário eleitoral, o ouvinte ou telespectador preste atenção no que ali será falado. É possível que alguma coisa dita possa definir a sua decisão de votar ou de não votar em determinado candidato. É para isso que existe a campanha em suas diferentes formas.

Temos de compreender que o jogo do poder é bruto. A maioria dos concorrentes usa artifícios para benefício próprio e prejuízo dos concorrentes. Vem, daí a radical afirmativa popular de que todo político é mentiroso, ou até de que seriam ladrões. Pensemos que não é assim. Existem os mentirosos e até os desonestos comprovados que todos conhecemos. Mas também há muita gente boa e bem intencionada entre os que pedem o voto. Daí é que vem a conveniência do eleitor – para não perder a única oportunidade que tem de mudar o destino – buscar conhecer os candidatos, informar-se sobre o que já fizeram na vida, se são honestos e quais as propostas que apresentam para o caso de serem eleitos. É a única forma de não jogar fora o voto. Em vez de protestar se abstendo ou votando branco ou nulo, o eleitor insatisfeito será efetivamente útil se conseguir encontrar o candidato de sua confiança ou, na falta deste, votar no “menos pior”. Agindo dessa forma, em vez de omisso, ele poderá ser o pêndulo positivo para decidir a eleição.    

Há muita coisa a ser mudada na política e na administração pública comandada por quem elegemos. E a eleição – que esse ano ocorrerá em 2 de outubro – nos oferece a oportunidade de reeleger os que estão nos cargos  ou escolher um novo no lugar daquele em quem votamos nas eleições passadas. Esse é o momento crucial, onde o eleitor pode fazer a diferença. Com os recursos hoje disponíveis, não é difícil informar-se sobre a vida política daqueles que tentam nos convencer a neles votar. A maioria já teve mandato. Basta entrar na internet e buscar pelo seu nome para ter acesso a notícias dos jornais, radio e televisão sobre o que fizeram de bom e também de ruim. Com base nessas informações, fica mais fácil escolher.

Os cidadãos clamam pelo avanço e a busca de melhores condições de vida e, por isso,  devem votar com responsabilidade. Escolher os candidatos que possam fazer algo para atender aos seus anseios e sobre os quais não pesem denúncias ou processos de mau comportamento político-administrativo, especialmente de corrupção. Os que se elegerem para o governo terão a atribuição imediata de administrar o País e os Estados. E os escolhidos para o Senado, a Câmara dos Deputados e as Assembleias Legislativas serão os responsáveis pela elaboração, discussão e votação das leis que possam proporcionar as mudanças que queremos. Por isso, precisamos escolher gente boa e competente.

No próprio interesse e para não sentir-se enganado, o eleitor não deve votar por aconselhamento de terceiros, que podem ser cabos eleitorais pagos ou de alguma forma beneficiados para sustentar candidaturas. Busque informações e vote conforme manda a sua consciência. É assim que cada um pode dar sua contribuição para as mudanças que tanto são reclamadas. 

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

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