(Artigo dividido em 3 partes) – parte II
Jorge Peró
Para você resgatar facilmente na memória, nós terminamos a primeira parte desse artigo falando das decisões do Faraó que não eram mais que o resultado de tudo que o precedeu. Decisões nascidas de um condicionamento anterior, e que condicionaram o que veio depois. Mas não, algo em nós garante que temos alternativas, sem ver que: tal como construímos a imagem pessoal que temos de nós mesmos, de verdade, não nos permitimos a alternativa de sermos diferentes daquele molde que está fabricado em nossas mentes. Nada do que acontece poderia ser diferente da forma com que acontece, porque não ousamos pensar fora do condicionamento. Mas, por quê?
Caso ainda não saiba, a palavra ego vem do inglês (Edge GodOut), que sugere uma tradução próxima de: “às margens do Criador”. Acreditamos que num passado remoto nós construímos o ego para vivermos a sensação de separação em relação a Deus. Um marginal a Deus (como se fosse possível). Isso tem seu valor, que fique bem claro! Abominar essa experiência só a reforça, porque a rejeição em si é um processo de sabotagem inteligentíssimo que não nos deixa ver que não existe tal marginalização, independentemente do que se faça. A rejeição ao ego não foi, não é, e nunca será processada fora do próprio ego.
Tal experiência oferece sua contribuição ao espírito, que é eterno. O problema é que estivemos por muito tempo condicionando-nos, e isso vem fazendo crescer uma dor oculta pelo medo deperder o que está construído para sustentar a existência do ego.
Já pude sondar em meus processos pessoais de busca pelo autoconhecimento que o ego aprecia e perpetua a confusão. Clareza é o que menos importa, apesar de a maioria, senão, todas as correntes espirituais considerarem que estão solucionando dita confusão através da “morte” do ego, sem apreciarem o óbvio, que é de estarem falando para egos que não vão entregar o jogo assim tão facilmente.
O fato é que aqueles dentre nós que se sentem deprimidos, inferiores ou “não merecedores” usam o mesmíssimo mecanismo de autocondicionamento dos que se sentem vitoriosos e bem-aventurados. Falando nisso, sabia que aquele que se sente “não merecedor” tem medo de se pensar merecedor? Eu mesmo fui um.
Jorge Peró tem 53 anos, nasceu em Volta Redonda/RJ, é escritor e professor de Reiki.
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