Setasc e lideranças debatem união de esforços para expansão do programa SER Família Indígena

Representantes de entidades governamentais e não-governamentais e lideranças indígenas conversaram sobre o tema

Daniele Danchura | Setasc/MT
 
Encontrar formas de unificar as metodologias de atendimentos aos povos indígenas de Mato Grosso, atendendo a cultura e o modo de vida dos povos originários e assim expandir o atendimento do SER Família Indígena. Com esse objetivo, a Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc/MT) realizou, nesta terça-feira (19.09), a primeira reunião com lideranças indígenas e representantes de entidades governamentais e não-governamentais para discutir o tema.

Atualmente, 4.553 famílias indígenas residentes em 56 municípios de Mato Grosso fazem parte do Programa SER Família Indígena, idealizado pela primeira-dama Virginia Mendes e gerenciado pela Setasc.

Durante a reunião, a secretária da Setasc, Grasi Bugalho explicou que foi realizado um levantamento junto aos municípios que aderiram ao SER Família Indígena sobre as vulnerabilidades relatadas pelos profissionais da assistência social dos municípios, que trabalham com as populações indígenas.

“Percebemos, no levantamento feito pelos profissionais, a dificuldade do trabalho social com a população indígena. Diante disso, realizamos esta reunião para apresentar as demandas, e para que houvesse um posicionamento das instituições envolvidas com o tema para que seja possível agregar soluções para essas problemáticas”, disse.

Segundo ela, o objetivo é buscar alternativas para alcançar o maior número de famílias indígenas que ainda não estão registradas no Cadastro Único, e assim melhorar o alcance do SER Família Indígena para que possam receber o cartão.

“Hoje temos 4.553 famílias indígenas que recebem o benefício do SER Família Indígena. O maior benefício desse Programa é realmente substituir a cesta de alimentos, principalmente devido a logística da entrega, que é uma situação delicada. Até porque sabemos que o atendimento com a cesta é momentâneo, e muitas vezes não é possível fazer o atendimento de todos, o que é diferente do cartão, mas pra isso precisamos fazer o cadastramento, melhorar o alcance e depois o monitoramento e acompanhamento”, explicou. 

Grasi ressaltou ainda que a vontade do Governo do Estado é expandir o Programa SER Família Indígena.

“Nosso objetivo é cada vez mais atender um maior número de famílias indígenas, de forma que elas possam ser acompanhadas, com o cadastramento e atualização no CadÚnico, por meio das políticas públicas de assistência social. Por isso essa busca pelo trabalho conjunto das entidades que trabalham com o tema. O programa SER Família pressupõe a intersetorialidade das ações, envolvendo assistência social, saúde, educação e infraestrutura, e por isso pede essa mobilização e esse olhar diferenciado para que todos os órgãos, que trabalham no enfrentamento das problemáticas das populações indígenas, possam atender de fato essas famílias”, completou.

O defensor público Federal, Renan Sotto Mayor de Oliveira, parabenizou pela iniciativa de realizar o encontro. “Essa é uma abertura intercultural para todo o sistema socioassistencial. O estado tem o papel central de capacitação para todos os municípios, onde não há uma abertura intercultural na ponta. Não há essa preparação na própria faculdade. Todo sistema socioassistencial precisa ter essa interculturalidade para poder efetivar a garantia da assistência social para os povos indígenas. Parabenizo por esse encontro, e acho que o Programa SER Família Indígena, como a secretária Grasielle falou, tem que ser mais do que só um acesso a renda fundamental para a questão da segurança alimentar, mas acho que vai ser muito útil para podermos capacitar os municípios”, enfatizou. 

O coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena Cuiabá (Dsei/Cuiabá), Aldi Gomes, se colocou a disposição para contribuir no processo. “Podemos interagir no sentido de contribuir para identificar e ajudar inclusive no cadastramento, através de nossas equipes. Eu acho importante a gente responder essas questões, e poder interagir para ajudar. Estamos a disposição”, concluiu.

O próximo passo será a formação de um grupo de trabalho para encontrar soluções quanto as colocações feitas pelos profissionais de assistência social dos municípios alcançados pelo SER Família Indígena, assim como unificar a metodologia de atendimento aos povos indígenas, atendendo a cultura e modo de vida das etnias.

Participaram da reunião o superintendente de Assuntos Indígenas da Casa Civil, Agnaldo Santos, representantes do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), da Federação dos Povos e Organizações Indígenas do Mato Grosso (Fepoimt), da Fundação Nacional do Índio (Funai), da Organização de Mulheres Indígenas de Mato Grosso (Takiná), e técnicos da Setasc.
 
 

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