A chuva tem castigado o território brasileiro. Começa pelo sul e vai subindo e deixando um rastro de problemas. São tornados, ciclones, enchentes e principalmente as árvores que caem sobre a rede elétrica e deixam vastas áreas às escuras. Tudo começou a acontecer mais frequentemente quando passamos à influência de ‘El Niño’, o fenômeno climático que parte da corrente de águas quentes do Oceano Pacífico e joga influências para todo o planeta e mais pela América do Sul, devido à proximidade. Os ventos que aqui eram de 30, 40, 50 km/h, agora são de 70, 80, 100 ou até mais quilômetros . Como a estrutura não está preparada para uma força desse tamanho, acontece tudo. As árvores – muitas delas apodrecidas e sem manutenção – caen sobre os fios e os consumidores passam longos períodos às escuras, sem geladeira.ar-condicionado e outras facilidades proporcionadas pelos eletro-eletrônicos. O regime mudou e precisamos nos atualizar com as forças em maior dimensão ou, então, continuaremos sofrendo.
Apesar de termos dezenas – até centenas de indivíduos e instituições – voltados ao meio-ambiente, somos primários na prevenção. Da mesma forma, também não somos exemplos para ninguém em se tratando de controle das cheias.
Quando o tempo muda de configuração, o que colhemos é o desastre. Vias públicas, imóveis e vastas áreas inundadas porque um dia ocupamos a porção de território que a Natureza reservou para as águas. Quando a água vem, leva tudo de roldão. E os governos pouco ou nada fazem, mas os ecologistas fazem discursos em busca de votos para as próximas eleições, nada mais. O pior é que o povo acredita.
Estamos vivendo uma época em que ecologia se altera. Tornados, ciclones e outros fenômenos tornam-se comuns, o caminho das águas é frequentemente requisitado pelos rios e o clima cobra todas as agressões que sofreu. O ‘El Niño’ chegou com toda força. O pior é que ninguém sabe quando ele vai embora e por quanto tempo teremos que aguentar seu mau-humor. Pode ser em março ou abril próximos ou só nesses mesmos meses de 2025, 26 ou até 27. Tudo vai depender da chegada de ‘La Niña’, outra corrente térmica do Oceano Pacífico que, essa de natureza fria. Isto é, o contrário do calórico &ls quo;El Niño’. Mas ninguém sabe, com certeza, quando isso chegará. Já tivemos tanto ‘El Niño’ quanto ‘La Niña’ que duraram dois anos ou mais. Difícil prever quando se alternarão na próxima vez.
É certo que vivemos uma nova situação climática. Coisas que não nos impactavam antes hoje trazem problemas e, além e de incomodar, dão prejuízos à Economia. Sabe-se, por exemplo, que teremos uma quebra considerável na próxima safra de grãos (soja, trigo, milho e outros) por causa das más condições do clima. Poderemos até enfrentar dificuldade na pecuária – notadamente a bovina – porque as pastagens serão menos viçosas que a dos anos anteriores.
Estamos experimentando uma virada de ciclo. Não sabemos o que virá no próximo ano e se ele será de fartura ou escassez de recursos. Também desconhecemos como será o ciclo hídrico. É por isso que a administração pública, as empresas, fazendeiros e outros operadores da economia devem se acautelar. As prefeituras e os governos estaduais, por exemplo, precisam controlar os reservatórios de água que servem a população e cuidar dos pontos – especialmente das estradas e vias urbanas sujeiros a enchentes. As empresas de eletricidade têm de melhorar a manutenção para evitar que, nos incidentes, seus clientes fiquem sem abastecimento por largos períodos, conforme tem acontecido nos últimos meses. Já ficou claro que o paulistano, por exemplo, não suporta ficar com a luz apagada por uma semana, conforme já aconteceu.
Acautelem-se todos e respeitem as águas, especialmente quando elas vêm descontroladas. Ignorá-las pode custar muitos prejuízos e até a própria vida. Esse conselho serve para todos os brasileiros. O fenômeno apresenta-se diferente em cada região, mas é igualmente perigoso em toda parte…
Tenente Dirceu C. Gonçalves
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