Em 2026, o Brasil completará 18 anos de Governo do PT. Luiz Inácio Lula da Silva assumiu uma economia estável advinda do plano real e teve a oportunidade de ouro de fazer o Brasil crescer, pela primeira vez, de forma sustentável, visto que as exportações principalmente do agronegócio “explodiram” em seu governo.
Porém, quesitos básicos para um crescimento sustentável foram ignorados, cito como exemplo a infraestrutura, o setor industrial foi esmagado e o protecionismo enterrou de vez as chances de o país decolar. A decisão de impulsionar empresas, chamadas de “campeãs nacionais”, com dinheiro do BNDES criou um verdadeiro capitalismo de amigos, em paralelo a isso o intervencionismo econômico minou a confiança no país, e o desequilíbrio fiscal e a corrupção acabaram por levar ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Após a queda de Dilma, um período de recuperação do Brasil foi instalado com importantes reformas nos dois anos do governo Michel Temer e no Governo de Jair Bolsonaro. Foco nas medidas como a criação do teto de gastos, a criação do Marco Legal do Saneamento que injetou bilhões de reais na economia, além de trilhões injetados através do programa PPI, da reforma trabalhista e da previdência, a simplificação do ambiente de negócios, diminuição de impostos, criação do PIX, diminuição da dívida pública em mais de R$ 200 bilhões, a autonomia do Banco Central, privatização de estatais. Destaque também para a infraestrutura como exemplo de ligação entre Mato Grosso e Pará, possibilitando o escoamento da produção agrícola pelo porto de Miritituba.
Essas ações estruturantes permitiram ao Brasil voltar a crescer de forma sustentável, mesmo enfrentando significativos contratempos como a tragédia de Brumadinho, com forte impacto na arrecadação no segmento de mineração, e a tragédia mundial da pandemia da COVID-19.
Novamente o Lula assume o país em condições ideais de crescimento. O governo do PT tem se orgulhado dos resultados da economia e das posições alcançadas desde o primeiro mês da gestão e bate “latas” dizendo que “o Brasil voltou”. Infelizmente o que voltou foram as práticas conhecidas, como o aumento de gastos, a substituição do teto fiscal por um arcabouço fiscal e agora anunciam o que já suspeitávamos: o não cumprimento das metas estabelecidas. Com isso, a economia brasileira, só com 14 meses de governo, chega a um rombo de quase R$ 400 bilhões, com consequente piora do necessário equilíbrio na relação dívida/PIB. Os gráficos de desempenho da economia demonstram que as conquistas alcançadas nesse período são frutos de uma trajetória inercial, com clara desaceleração que eu débito à resistência gerada pelo “atrito” das ações do governo em sentido contrário.
Ninguém em sã consciência torce para que o carro em que está viajando quebre, mas conhecendo o motorista e o modo como conduz, se perguntarem se espero que o “carro” continue “rodando” de forma satisfatória e com conforto para os “passageiros”, eu diria que sim, mas acho que não.
José Medeiros – Ex-senador e atual deputado federal por Mato Grosso pelo PL
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