Por Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves
Terminou na segunda-feira (05/08) o período reservado aos partidos políticos e federações realizarem as convenções para a escolha dos seus candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador nas eleições que se realizarão no dia 06 de outubro. Agora já são conhecidos os indicados de cada agremiação e eles deverão estar devidamente registrados na Justiça Eleitoral até o próximo dia 15 para, no dia seguinte, começarem a campanha. O eleitor será chamado a escolher um entre os concorrentes ao posto de prefeito e um dos candidatos a vereador. Os candidatos a vice-prefeito serão vinculados ao prefeito de seu partido ou federação e, nas 133 localidades com mais de 200 mil eleitores, se o mais votado não obtiver soma superior a 50% dos votos válidos, haverá segundo turno no dia 27 de outubro, concorrendo os dois mais votados.
A propaganda dos candidatos vai começar no dia 16, através de reuniões, bate-papos, comícios, ‘lives’ na internet e inserção de material de campanha na mídia impressa. No dia 30 começará o horário eleitoral gratuito de rádio e televisão, que se estenderá até 03/10.
Passadas as convenções, todos os que se interessam pelo assunto já sabem quem serão os candidatos em sua cidade. Não será difícil, por meios próprios, pesquisar qual a vida política de cada um deles, o que já realizaram e quais as propostas que apresentam para o mandato a que vão concorrer. Essas informações constituirão importante ferramenta para o bom exercício do voto, oportunidade que só se repetirá dentro de quatro anos, quando novas eleições forem chamadas para prefeito e vereador.
Costumamos dizer que a eleição municipal é a mais representativa. Isso porque para ser candidato, o pretendente tem de morar na cidade, nela ter seu domicilio eleitoral (registro de título e repartição onde vota) e cumprir uma série de formalidades exigidas pela legislação. O prefeito, o vice-prefeito e o vereador é um do povo com quem convivemos no dia-a-dia da cidade, no transporte público e e outros pontos. Diferente dos participantes das eleições gerais (presidente da República, governador do Estado, senador, deputado federal e deputado estadual) que exercem seus mandatos na capital. Mesmo os que saem de nossa cidade, raramente voltam à convivência plena porque têm compromissos nas casas administrativas e legislativas onde realizam seu trabalho.
Numa época de polarização política como a que vivemos, é muito grande – e muitas vezes injusta – a crítica a que são submetidos os políticos que nos representam. Isso leva eleitores desavisados a não votar em sinal de protesto, o que é um desperdício, pois o dia da eleição é o único em que o cidadão comum pode interferir nos destinos de sua comunidade. Por isso, em vez de se protestar, ele deve informar-se com o melhor de detalhes que conseguir para fazer uma boa escolha. Se não o fizer, certamente, terá motivos para continuar insatisfeito e criticando os políticos.
É tradicional que lideranças políticas dos níveis federal e estadual venham às nossas cidades para fazer campanhas em favor dos seus aliados locais. É interesse do eleitor votar pelo conhecimento do candidato e não pelo aconselhamento recebido de figurões políticos que não vivem em sua cidade. A não ser os grandes torcedores dos políticos nacionais e estaduais – o eleitor comum não tem razões para votar por aconselhamento. O ideal (especialmente em se tratando de prefeito e vereador) é que o voto seja resultante do relacionamento olho-no-olho. E que o votante tenha a liberdade para, durante o mandato, cobrar do votado as promessas eventualmente não cumpridas. Eleição é coisa muito mais séria do que se pensa popularmente. Dela depende o futuro de nossas cidades e o bem- estar de todos nós…
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) tenentedirceu@terra.com.br
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