Reabertura de museu da UFMT Araguaia terá maior felino das Américas em nova exposição

A onça foi encontrada morta em junho do ano passado e passa pelo processo de taxidermia

Da Redação/Semana7

O Museu de História Natural do Araguaia – MuHNA da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT está nos últimos preparativos para a reabertura e inauguração da exposição Biodiversidade: passado, presente e futuro da vida no planeta. Prevista para o dia 9 de outubro, a nova exposição terá o maior felino das Américas em seu acervo.

A onça-pintada que fará parte da exposição do museu, foi encontrada morta em junho do ano passado e entregue pela Polícia Rodoviária Federal – PRF ao Museu, em uma parceria estabelecida entre as duas instituições.

Na última semana, a onça-pintada passou pelo processo de taxidermia, que consiste na preservação da pele e seus aspectos físicos. Segundo o taxidermista Emerson Boaventura, “o procedimento exige técnica e precisão para preservar os detalhes anatômicos do animal”, disse o homem.

As principais etapas do processo são: retirada de medidas, retirada da pele através de incisão na parte inferior, tratamento químico na pele e a confecção do manequim com ataduras de gesso, o mesmo utilizado em tratamento ortopédico. O trabalho durou sete dias.

Boaventura, que já realizou taxidermia em diversos animais, sendo o de maior dificuldade um boi nelore, destaca que o porte físico da onça pintada é o maior desafio. “É um animal pesado e grande. Então, demanda todo um programa, uma analise do trabalho, não é chegar e fazer. Precisa ter uma elaboração passo a passo para que você consiga seguir sem interrupção”, explicou.

O trabalho foi acompanhado de perto pela diretora do MuHNA, Márcia Pascotto, biólogos e alunos do curso de Ciências Biológicas da UFMT. A diretora do MuHNA, Marcia Pascotto ressalta que “a onça é um animal que seduz.

Ela tem todo um misticismo e todo mundo olha e já gosta, porque se assemelha a um gato. Mas ao mesmo tempo, todos têm medo, porque sabem que se encontrar um animal desse na natureza é pequena a chance de sobrevivência”, destacou diretora.

Além de aguçar a curiosidade e imaginação das pessoas, a onça-pintada contribui para a preservação da vida no planeta, segundo Pascotto, “ela é topo da cadeia alimentar. É um animal importante porque regula o crescimento populacional de espécies que ela consome. Quando você tira esse animal, que é topo da cadeia alimentar da natureza, você está desajustando e pode aumentar a população de outras espécies”, ressaltou.

A onça-pintada e as novas coleções da exposição buscam conscientizar a população “da importância desses animais no meio ambiente. Se trata de uma espécie ameaçada de extinção, por causa da perda de hábitat, desmatamento, atropelamentos em estradas, finaliza Pascotto.

A diretora do MuHNA ainda ressaltou que o trabalho de taxidermia é uma forma de honrar a vida do animal, buscando conscientizar a população dos cuidados que devemos ter com o meio ambiente. O museu dispõe em seu acervo outros animais, como: a onça parda e jaguatirica.

Além da coleção de zoologia e paleontologia, a nova exposição ganhará uma nova coleção de botânica, ampliação da sala dos sentidos, auditório para 50 pessoas, iluminação e ambiente climatizado.

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