O milho “sem-teto” vai servir de etanol no Brasil

Há milho sempre em fartura no Brasil. Ele não vai somente para as galinhas, suínos, ração, química ou doces. O milho será usado, sem dúvida, na fabricação do etanol brasileiro.

A Super Safra de 237 milhões de toneladas de grãos terá nesse cereal de elevadíssimo potencial de produtividade uma colheita de 96 milhões de toneladas (quase 100!).

Aí vive o drama do Brasil. Produzimos bem e muito dentro das porteiras das fazendas. Mas, onde guardar e armazenar?

Não temos armazéns no Brasil para mais do que 168 milhões de toneladas de grãos. Provavelmente ficará no relento, armazenado a céu aberto. Ou seja, o nosso milho brasileiro ficará “sem-teto”.

O Brasil enquanto ceva um governo gordo, perdulário e ineficiente, com aumento dos impostos implantados pelo presidente  para manter as contas estouradas do déficit fiscal, só pode armazenar cerca de 60% do total produzido, e tudo isso sem seguro-rural.

Como o Brasil sempre é maior do que o buraco – relembrando o saudoso Joelmir Beting, jornalista e sociólogo brasileiro – a fabricação de etanol a partir do milho será uma das saídas criativas do brasileiro.

Henrique Amorim, presidente da empresa de biotecnologia Fermentec, disse: “Já temos no Brasil cerca de três a quatro usinas fabricantes de etanol de milho”.

Nos dias 6 e 7 de novembro, a Datagro realizará a 17ª Conferência Internacional DATAGRO sobre Açúcar e Etanol em São Paulo, na qual será tratado sobre  formas de superar os desafios e aproveitar as oportunidades do mercado brasileiro e internacional.

O ex-ministro da Agricultura, Alysson Paulinelli, atual presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho – Abramilho, também acredita que o milho será cada vez mais usado para etanol, e isso deverá acontecer principalmente no centro-oeste brasileiro.

O milho permite produtividades de 12 até 16 mil quilos por hectare, como os campeões de produtividade no Brasil têm demonstrado.

Com a revolução da 1° e 2° Safra, e mesmo com a integração lavoura e pecuária, o milho irá ser o grande responsável por dobrarmos nos próximos 10 anos o total das Safras do Brasil, quando então deveremos atingir mais de 400 milhões de toneladas.

Mas, enquanto isso, espero que o Brasil possa investir em silos e armazéns, pois agricultura sem armazenagem seria igual a banco sem cofre.

Sobre o CCAS
O Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) é uma organização da Sociedade Civil, criada em 15 de abril de 2011, com domicilio, sede e foro no município de São Paulo-SP, com o objetivo precípuo de discutir temas relacionados à sustentabilidade da agricultura e se posicionar, de maneira clara, sobre o assunto.

O CCAS é uma entidade privada, de natureza associativa, sem fins econômicos, pautando suas ações na imparcialidade, ética e transparência, sempre valorizando o conhecimento científico.

Os associados do CCAS são profissionais de diferentes formações e áreas de atuação, tanto na área pública quanto privada, que comungam o objetivo comum de pugnar pela sustentabilidade da agricultura brasileira. São profissionais que se destacam por suas atividades técnico-científicas e que se dispõem a apresentar fatos concretos, lastreados em verdades científicas, para comprovar a sustentabilidade das atividades agrícolas.

A agricultura, apesar da sua importância fundamental para o país e para cada cidadão, tem sua reputação e imagem em construção, alternando percepções positivas e negativas, não condizentes com a realidade. É preciso que professores, pesquisadores e especialistas no tema apresentem e discutam suas teses, estudos e opiniões, para melhor informação da sociedade. É importante que todo o conhecimento acumulado nas Universidades e Instituições de Pesquisa seja colocado à disposição da população, para que a realidade da agricultura, em especial seu caráter de sustentabilidade, transpareça. Mais informações no website: http://agriculturasustentavel.org.br/. Acompanhe também o CCAS no Facebook: http://www.facebook.com/agriculturasustentavel.

Por José Luiz Tejon Megido, Conselheiro Fiscal do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) e Dirige o Núcleo de Agronegócio da ESPM. 

Seja o primeiro a comentar sobre "O milho “sem-teto” vai servir de etanol no Brasil"

Deixe um comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado.


*