Zé da Madruga

***Meus leitores, minhas leitoras, os tempos estão mudando em todos os sentidos. Muitos reclamam das dificuldades do dia a dia, da crise fomentada por culpa dos que querem tirar proveito em tudo.

*** Em cima disso necessitamos promovermos o ordenamento em muitos setores, nos defendermos das intempéries do manuseio dos que se sentem poderosos.

*** Discutir detalhes, buscar soluções dentro do contexto almejado se torna indiscutivelmente prático, pois é daí que chegaremos a um denominador comum.

*** Dia desses, por exemplo, participei de uma discussão em torno do tão propalado controle de veículos nas ruas de Barra do Garças.

*** O tema vem sendo colocado ao longo dos anos, mas temido pelas autoridades competentes por receio do desgaste natural, já que muitos, por comodidade, não querem se expor.

*** O fato é que ele foi colocado em prática, mesmo sob a resistência de alguns que vivem no tempo das cavernas, não entendendo que tal procedimento vem para melhorar o seu rendimento, as suas  vendas e/ou seus negócios.

*** Quem vai comprar e não acha estacionamento não vai reclamar do gasto com o controle. Como disse um presente “tentei parar para comprar, mas não achei um local para estacionar. Fiquei sem comprar e o comerciante sem vender”.

*** É o que vem ocorrendo em Barra do Garças, onde umas poucos mentes tacanhas colocam problema em tudo. Querem manter seus carros e de seus funcionários nas portas do seu comércio, mesmo sabendo das dificuldades em repassar seus produtos, por incoerência.

*** Que sejamos sensatos. Que instalem o controle e depois se discuta os problemas inerentes que possam surgir no decorrer do tempo. Pelo menos a maioria presente lá na CDL concordou com isso. O resto é resto… Volto a comentar na próxima edição.

*** Agora vou fazer um relato que já deve ser do conhecimento de muitos, mas não de todos. Antigamente, no Brasil, para ter-se melado, os escravos colocavam o caldo da cana-de-açúcar em um tacho e levavam ao fogo.

*** Não podiam parar de mexer até que uma consistência cremosa surgisse. Porém um dia, cansados de tanto mexer e com serviços ainda por terminar, os escravos simplesmente pararam e o melado desandou.

*** O que fazer agora? A saída que encontraram foi guardar o melado longe das vistas do  feitor. No dia seguinte, encontraram o melado azedo fermentado. Não pensaram duas vezes e misturaram o tal melado azedo com o novo e levaram os dois ao fogo.

*** Resultado: o ‘azedo’ do melado antigo era álcool que aos poucos foi evaporando e formou no teto do engenho umas goteiras que pingavam  constantemente.

*** Era a cachaça já formada que pingava. Daí o nome ‘PINGA’. Quando a pinga batia nas suas costas marcadas com as chibatadas dos feitores ardia muito, por isso deram o nome de ‘ÁGUA-ARDENTE’.

*** Caindo em seus rostos escorrendo até a boca, os escravos perceberam que, com a tal goteira, ficavam alegres e com vontade de dançar. E sempre que queriam ficar alegres repetiam o processo.

*** (História contada no Museu do Homem do Nordeste). Não basta beber, tem que conhecer! Cachaceiro bem informado é outro nível!  Ser pinguço também é cultura…

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