A Polícia Militar de Vila Rica (1.111 km de Cuiabá) identificou outras duas participantes, em Mato Grosso, do jogo que incentiva o suicídio, conhecido como “Baleia Azul”. Elas foram impedidas de continuar no desafio, que vitimou uma adolescente no município.
Maria de Fatima Oliveira morreu no último dia 11 após se afogar na represa da Praça Afonso Ligório, no bairro Inconfidentes, em Vila Rica. Ela teria participado do jogo.
Após a morte da jovem, conforme o tenente-coronel da PM, Joel Outo, a polícia deu início a diversas palestras orientativas aos adolescentes e pais sobre os riscos e perigos dos jogos virtuais.
A primeira delas foi realizada hoje, momento em que se identificaram as participantes de um dos dois grupos de whatsapp, também identificados pela polícia, que incentivam a prática do jogo.
“Uma das mães conseguiu identificar a mudança de comportamento da filha de 16 anos e, ao vistoriar o celular, verificou que a menina está fazendo parte de um grupo desses. É um grupo com várias pessoas de diversos estados e cidades. É um grupo grande, com vídeos de suicídio. É o que estava sendo divulgado”, afirmou.
Segundo o tenente, a mãe da jovem registrou Boletim de Ocorrência e o celular da menor ficou retido para perícia. Em um dos grupos, foi identificada uma mulher chamada Alice, como responsável por passar os desafios aos jovens do grupo. O número de telefone dela no grupo indica que ela é de Minas Gerais.
No total, os jovens devem cumprir 50 desafios, sendo que o último é tirar a própria vida. “No grupo, foi identificado uma mensagem vinda da curadora do grupo determinando que a menina teria que cumprir sua missão, que era desenhar uma estrela de Davi na coxa e realmente a menina estava com uma cicatriz dessa estrela na coxa. Uma situação bem grave”, contou.
A previsão, de acordo com o tenente, é que as palestras de orientação continuem, de modo que os pais auxiliem a polícia a identificar os grupos. As palestras vão acontecer nos 11 municípios que compõem o 10º Comando Regional.
“Vamos orientar os jovens e adolescentes sobre os riscos e perigosos que é se envolver com esses jogos perigosos e vamos orientar os pais para que possam monitorar os filhos, principalmente no período noturno”, disse.
Inquérito policial – Apesar dos esforços da Polícia Militar, o inquérito policial que apura oficialmente o caso da morte da jovem e a disseminação do jogo ‘Baleia Azul’ é conduzido pela Polícia Judiciária Civil de Vila Rica.
O responsável pela investigação é o delegado geral André Rigonato, que não confirma nenhuma das situações apontadas pela Polícia Militar. Segundo ele, o processo corre em segredo de justiça.
“Esse é um inquérito sigiloso. Ainda estou ouvindo os colegas e estudantes. Estou seguindo os trâmites necessários. Não divulguei e nem posso divulgar nenhuma informação. Tudo que vem sendo passado é pela polícia, que não tem contribuído em nada com as investigações”, encerrou.
Por Karine Miranda/Gazeta Digita
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