Assaltante morto em Aragarças era um dos líderes do Novo Cangaço

Um homem suspeito de comandar uma das maiores quadrilha de roubo a bancos do País foi morto na manhã desta quinta-feira (4), em Aragarças, no oeste goiano, após confronto com a polícia. Carlos Jardiel de Barros Dantas, de 41 anos, teria sido abordado por agentes de Goiânia em diligência e foi baleado após reagir. Maiores detalhes da ocorrência ainda não foram divulgados.

Carlos Jardiel, conhecido como Jardiel Cabeção, nasceu em Cabrobó, no Pernambuco, e era apontado como o líder de uma das maiores quadrilhas de assalto a bancos, carros-fortes e empresas de valores do País. Ele possuía extensa ficha criminal, com diversas prisões e, inclusive, uma condenação a nove anos de reclusão em decisão proferida em 2003. No momento de sua morte ele estava de posse de documentos com nomes falsos.

A organização comandada por Jardiel seria composta por pelo menos 30 homens que, em janeiro deste ano, aterrorizaram a cidade de Bom Jesus da Lapa, na Bahia, durante um assalto aos bancos da cidade. A ação dos criminosos culminou no sequestro e morte de dois policiais militares baianos, gerando grande comoção.

No momento, uma operação integrada das polícias Militar, Civil e Federal de Goiás e de Mato Grosso realiza diligências na tentativa de capturar outros integrantes da quadrilha nos municípios de Jussara, Aragarças, Barra do Garças e região.

Maiores informações sobre a operação serão divulgadas posteriormente pelas corporações envolvidas.

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Os agentes do Serviço de Inteligência da 2ª Companhia Independente de Polícia Militar (2ª CIPM), em Cabrobó, no sertão pernambucano, montaram uma operação com uma equipe do Grupo de Apoio Tático Itinerante (Gati) da Companhia, depois serem informados que na área central da cidade havia uma festa com a presença de homens envolvidos em assaltos a bancos na localidade.

Um envolvido foi identificado: Carlos Jardiel de Barros Dantas, líder de uma das maiores quadrilhas de assalto a bancos do Nordeste.

Após negociarem a rendição do assaltante com sua advogada, os policiais deramo cumprimento ao mandado de prisão, expedido pela 2ª Vara de Execuções Penais. Carlos Jardiel foi encaminhado à Delegacia de Polícia Civil de Cabrobó, onde ele fez alguns exames. Depois foi encaminhado para o Presídio de Salgueiro (PE), no sertão central.

Na sexta-feira (25), Carlos Jardiel foi posto em liberdade, vindo a ser recapturado na madrugada do dia 27, por determinação do juiz Cícero Bitencourt, da Vara de Execuções Penais, em razão da ilegalidade verificada em sua liberação do presídio de Salgueiro.

O medo dos agricultores do Projeto Fulgêncio, em Santa Maria da Boa Vista, é compartilhado pelos índios trukás, radicados na ilha de Assunção, no rio São Francisco, próxima à cidade de Cabrobó. Como no projeto, os índios vivem sob o terror do tráfico.

Na reserva indígena -que compreende a ilha, de 21 quilômetros quadrados, e mais 72 ilhotas- vivem 4.000 índios submetidos a um toque de recolher voluntário. A partir das 17h, ninguém sai das aldeias, temendo sequestros, assaltos e assassinatos, como revelou a Folha em abril do ano passado. A tensão chegou a interromper aulas nas escolas e até rituais religiosos da tribo.

A área é cortada por estradas vicinais e, como há muitas plantações de arroz e cebola, os ramais são pontos para emboscadas.

O tráfico na região, segundo a Polícia Federal, é controlado pelo truká Carlos Jardiel de Barros Dantas, que responde a inquéritos sob as acusações de tráfico, sequestro, homicídio e assaltos a banco e a carro-forte.

Em 2002, Dantas foi preso com 86 kg de maconha, mas conseguiu fugir da cadeia de Cabrobó. Seu irmão Jean Carlos Barros Dantas, acusado de fazer parte do grupo, também fugiu da cadeia, em Salgueiro, no último dia 9.

A quadrilha de Dantas é combatida na reserva pelo grupo do índio Adenílson dos Santos, o Dena, irmão do cacique Ailson dos Santos, o Isso Truká, que, ameaçado de morte, renunciou ao cargo e vive com a família em Recife.

Quatro mortes

A disputa entre Dena e Dantas já resultou em quatro mortes em 2003. No último mês de março, os irmãos João Batista e Antônio Roberto Gomes Rodrigues, ligados a Dena, foram mortos em uma emboscada na aldeia. Em julho, o grupo de Dena matou Sérgio Roberto da Cruz, o Sérgio Bedô, um dos supostos assassinos dos irmãos, e ainda Jeneíldo Júnior Gonçalves Aracuan.

A insegurança fez com que 70 famílias de índios deixassem suas casas na reserva. “O tráfico na aldeia Truká ocorre por total ausência do Estado legalmente constituído”, afirmou o chefe de Operações da Polícia Federal em Salgueiro, João Evangelista.

Para o ex-cacique Isso Truká, a maconha na reserva indígena teria sido trazida por traficantes do CV (Comando Vermelho), facção criminosa que atua no Estado do Rio de Janeiro.

“Nossos índios foram aliciados por esses traficantes, que negociam a droga por armas e dinheiro”, afirma o ex-cacique.

Fonte: Mais Goiás 

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