Cadê os não corruptos?

Na semana passada, escarafunchando notícias que não abordassem somente notícias ruins, encontramos um artigo que usava o tradicional bordão de sempre, a corrupção. Ocorre que abordava de modo diferenciado, nos lembrando que a palavra tem duas faces e que repassamos na íntegra para deleite dos nossos leitores. O artigo é de José Luiz Tejon, conselheiro da CCAS (Conselho Científico Agro Sustentável e que tem o título seguinte: Não me interessa os corruptos, me interessa os não corruptos.

“Os não corruptos, líderes íntegros com liderança ética nacional, apareçam! Quando as vozes ascensionais e sintrópicas se calam, podemos prever os arranjos da vida pelas vias da natureza. E essas vias nunca erram, mas cobram preços com gigantescas dores.
A marcha da insensatez humana já foi descrita e revelada ao longo da história. O destino escolhe sempre o caminho do caos para gerar do seu útero as energias das novas criações.

Estaria o ser humano a serviço das mesmas leis que regem a natureza, ou temos uma missão distinta no universo? Pode ser que tenhamos a missão de criar destinos com a sabedoria do conhecimento vivido, processado e compreendido.

No Brasil, neste momento histórico, temos uma ruptura digna de superiores registros. Um desmanche sistêmico provocado de dentro pra fora, muito mais do que tendo inimigos na causa original. Foram os “amigos” descontentes com as partilhas dos assaltos que iniciaram certo incômodo; incômodo esse que mexeu com as forças jovens do Judiciário, da Polícia Federal. E como resultado disso, apareceram os efeitos de todas as operações. Os poderes Legislativo e Executivo estão desmoralizados pela lei da imperfeição humana. O Judiciário se, não se cuidar, pode-se deixar levar também pelas tentações dos seus egos magistrais.

Então, quando um general do alto comando do exército se pronuncia perante a trágica comédia farsante nacional, gera um brutal incômodo em todas as vozes, gritando uníssonas: “Golpe militar não!”. Concordo, mas cobro. Cadê as vozes honestas, probas, com posições de poder influenciar nos destinos da nação? Onde estão? Caladas, acovardadas, ou precisando conquistar o ponto mais alto da colina, para fazer-se ouvir?

Cobro, por exemplo, a presença e o protagonismo das dez Confederações Empresariais Brasileiras. São dez presidentes e dez poderosas organizações. Esses formalmente constituídos da sociedade civil organizada e que têm agora um dever maior do que o da defesa exclusiva dos interesses específicos dos seus macrossetores. Precisariam se reunir e oferecer ao país projetos e uma voz alternativa de co-governança do Brasil.

Mas, eles não representam toda a sociedade! É um generoso e substancial começo, pois todo PIB não passa pelas suas mãos. A geração de empregos, a inovação, a produtividade, e ainda a necessária orquestração de cadeias produtivas de valor, perpassando necessariamente, a todas elas.

Não me interessam os corruptos, pois isso fica por conta das regras da lei, da polícia e das instituições que funcionam para esse fim. Interessa-me saber dos não corruptos, das vozes e das mãos daqueles que podem subjugar as desgraças entrópicas armadas pelas redes cruéis dos destinos históricos.

Corruptos, canalhas e criminosos sempre existiram e sempre existirão. A diferença está em quem pode gritar mais alto. E nesse jogo de vozes, de gritos, posso dizer: “se você calar o grito dos íntegros atrás da porta pagará o preço dando vidas de gerações em troca”. A diferença entre a essência e a aparência está na ciência, e com a ciência, e além dela, reside o reino das percepções humanas. Não existe realidade que não seja aquilo que percebemos dela mesma. Sonhos e ilusões são palavras parecidas, mas que guardam uma distância abissal entre ambas. Ilusão é o engano dos sentidos e da mente.

Sonho é o desejo ardente e veemente. Mas, como separar? Simples: ilusão é o que a realidade faz conosco enquanto nos iludimos e sonho é o que fazemos com a realidade enquanto sonhamos.

“Viva o sonho, a nação brasileira não corrupta, pois é muito maior do que a outra”.

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