O prefeito José Elias Fernandes (PROS), nega a veracidade de todas as acusações. Segundo ele, sua administração sofre perseguição por parte da Câmara Municipal e do Ministério Público (MP). O gestor falou à imprensa na quarta-feira, pela primeira vez após o afastamento, e disse que ainda nem havia sido notificado sobre a destituição do cargo, enquanto o vice tinha tomado posse no dia anterior.
José Elias diz estar reunindo provas para confirmar sua inocência e afirma que não vai deixar a Câmara e o MP mancharem seu nome. O prefeito afastado, alega que é perseguido pelo Ministério Público desde seu primeiro mandato como gestor de Aragarças, em 2001. Ele desafia a provarem o que fez de ilícito. Caso consigam, se compromete a entregar o cargo.
O gestor afirma ser completamente improcedente a acusação de uso excessivo de diárias, uma vez que, em todo o Brasil, a disposição de recursos para viagens políticas é utilizada. Ele alega ter agido dentro da legalidade no uso das diárias e na edição do decreto que estabelecem os valores.
“Passei a usar as diárias no dia 1º de janeiro de 2017, com base no decreto de 2013, que fixou o valor das diárias. Não fui eu que fixei. O Ministério Público e os vereadores conviveram pacificamente com o valor das diárias pagas aos meus antecessores.”
José Elias informou à imprensa que as viagens a Goiânia e a Brasília tiveram o objetivo de captar recursos para o município, todas com as contas devidamente prestadas. Segundo ele, entre os frutos dos encontros com autoridades políticas do poder estadual e da União, está uma ambulância, uma van, ambos veículos novos que já estão circulando em Aragarças, e um caminhão de lixo, que deve chegar em breve. O gestor afastado menciona mais de um milhão em emendas parlamentares recebidas de deputados federais e estaduais.
Diante do questionamento no gasto de mais de R$ 40 mil arrecadados na exploração do serviço de estacionamento da praia de Aragarças, o prefeito alega que ele não participava do controle das despesas e receita do festival de praia, pois havia uma comissão para isso. “Se provarem que eu tenha desviado um real da prefeitura, ou da praia ou das diárias, eu peço exoneração na hora”, desafia.
Sobre a acusação de que a prefeitura mantém funcionários fantasmas, José Elias diz que, ao contrário do que a denúncia afirma, a administração tem servidores a menos. “A prefeitura tem vagas para 11 secretários. Nós temos quatro”, rebate.
A gestão José Elias conta com as secretarias de Finanças, a de Obras, e a de Educação, que engloba Meio Ambiente, Esporte, Cultura e Assistência Social. Segundo o prefeito afastado, a compactação das pastas foi uma opção da administração para economizar recursos com pessoal.
A denúncia relacionada aos funcionários fantasmas referem-se a três servidores da Secretaria de Educação. A secretária Mara Ney, primeira-dama, falou a rádio Aruanã que todos os funcionários mencionados atuam na prefeitura com dedicação e competência. O que pode ter justificado a alegação dos denunciantes é que projetos em andamento de dois dos servidores tiveram que ser suspensos, segundo a secretária, devido à crise financeira pela qual o município passa.
A administração justifica que a crise decorre da atual situação do país e do estado, além das contas deixadas pela gestão anterior. O prefeito destituído menciona os 140 mil em passagens de ônibus gastos pela Secretaria de Saúde no mandato do prefeito Aurélio Mendes, fato objeto de investigação em CPI.
José Elias ainda expressa estranhamento quanto a rapidez com que ocorreu o processo, na Casa de Leis, de recebimento das denúncias e afastamento do gestor. “Chega uma denúncia na Câmara, na abertura dos trabalhos, às 19h30. Em meia hora deu tempo dos vereadores apreciarem todos esses documentos e fazerem três votações: se aceitava como objeto de deliberação, se nomeava uma comissão processante e se afastava o prefeito”, afirmou a rádio Aruanã.
O gestor afastado, explicou que tudo começou quando houve a revogação da lei que doou uma área para a empresa EMAC. O Executivo queria a área, com capacidade de desmembramento em 82 lotes, para a construção de casas em parceria com o Governo do Estado. O caso virou uma disputa política entre a Câmara e a Prefeitura e, desde então, segundo José Elias, a hostilidade entre os poderes se intensificou.
A defesa do prefeito destituído receberá assessoramento jurídico da Associação Goiana dos Municípios (AGM).
Da Redação/Semana 7
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